As investigações da Polícia Federal (PF) sobre os esquemas de corrupção na compra de equipamentos de robótica apontam que o empresário Edmundo Catunda repassou R$ 550 mil à Construtora EMG, que levantou a residência de Luciano Cavalcante, braço direito de Arthur Lira (PP-AL).
A Operação Hefesto da Polícia Federal (PF) investiga fraudes e lavagem de dinheiro a partir de contratos de compra de equipamentos robótica para escolas em Alagoas com dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Ex- assessor do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) em seu gabinete, Cavalcante hoje trabalha com a liderança do PP na Câmara. O empresário Edmundo Catunda, por sua vez, é sócio da empresa Megalic, que ganhou as licitações de kits de robótica para escolas de municípios em Alagoas.
Segundo a PF, os pagamentos destinados à construtora foram feitos entre abril e outubro de 2020, o mesmo período em que foram acertados os detalhes dos acordos na compra dos equipamentos de robótica.
Em nota, a PF afirma que identificou que "foram realizadas, pelos sócios da empresa fornecedora [Megalic] e por outros investigados, movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica e sem pertinência com o ramo de atividade de fornecimento de equipamentos de robótica, o que pode indicar a ocultação e dissimulação de bens, direitos e valores provenientes das atividades ilícitas".
Lula exonera acusado de fraudar FNDE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou o diretor de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, Alexsander Moreira, após a deflagração da Operação Hefesto.
Aliado de Lira, Moreira trabalhou coordenando as redes de infraestrutura educacional durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). No governo Lula, passou para a direção da Gestão Educacional. No setor, Moreira era responsável por participar da avaliação do cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação pelos municípios e das recomendações dos repasses de verbas do FNDE.
As investigações PF apontam Moreira como um dos responsáveis pelos desvios dos recursos. Durante todo o mandato de Jair Bolsonaro, foram feitas licitações de equipamentos de robótica para 43 municípios em Alagoas, reduto eleitoral de Lira. De acordo com a PF, as contratações teriam sido feitas ilegalmente por meio da empresa Megalic, que fornece os kits para as prefeituras alagoanas.
Neste período, o aliado de Arthur Lira movimentou R$ 737 mil em transações financeiras consideradas suspeitas. O autor de um dos pagamentos destinados a Moreira é Edmundo Catunda, sócio da Megalic.
Justiça manda notificar Bolsonaro sobre multa por não uso de máscara
A Justiça de São Paulo determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja notificado sobre uma multa de R$ 376 mil por não utilizar máscara de proteção durante uma manifestação na Avenida Paulista, em 7 de setembro de 2021.
Conforme descreve o ato infração emitido pelo governo do Estado de São Paulo, Bolsonaro não respeitou a "exigência do uso obrigatório de máscara de proteção facial nos espaços de acesso aberto ao público, vias públicas, incluindo as áreas de uso comum da população".
PSOL quer investigar igrejas evangélicas suspeitas de financiar 8 de janeiro
Os deputados federais do PSOL Pastor Henrique Vieira (RJ) e Erika Hilton (SP) solicitaram na CPMI do 8 de janeiro a investigação dos responsáveis por três igrejas evangélicas suspeitas de financiarem os atos golpistas: Igreja Presbiteriana Renovada, do Mato Grosso, Igreja Batista de Maceió, de Alagoas, e Assembleia de Deus de Xinguara, do Pará.
Outro requerimento solicitando a convocação do pastor Thiago Bezerra, da igreja Amor Supremo, em Goiás, também foi protocolado. “O pastor, usando o pseudônimo ‘Regina Brasil’, coordenava um grupo no aplicativo de mensagens instantâneas “Telegram” no qual se referia à Festa da Selma."
"Realçamos já ter sido exposto que Festa da Selma era o código para convocar seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro para se fazerem presentes no ato golpista do dia 08, indicando inclusive onde era possível embarcar em um ônibus para a vinda a capital do país”, diz um trecho do requerimento.
Edição: Rodrigo Durão Coelho