O governo federal assinou no dia 5 de junho a Medida Provisória que formaliza a criação do programa de estímulo à indústria de automóveis no Brasil. Com a MP, o governo passará a dar subsídios de até R$ 8 mil para veículos que custam até R$ 120 mil. Também vai garantir subsídios de até R$ 99 mil para ônibus e caminhões.
A notícia foi bem recebida pela indústria automotiva. As montadoras em atividade no país aumentaram em até 27% o ritmo de produção no mês de abril com a expectativa da publicação da MP.
O valor do subsídio será aplicado de acordo com os seguintes critérios: o preço do carro, a quantidade de peças nacionais utilizadas pela montadora e o nível de poluição do veículo.
O economista Fábio Sobral avalia positivamente a iniciativa do governo federal. Ele classifica o programa como uma espécie de medida emergencial para salvar a economia, que, segundo ele, está sendo afetada pela alta taxa de juros.
"É uma espécie de desfibrilador para fazer a economia sobreviver, diante de um taxa de juros extorsiva. É uma medida necessária", avaliou.
Fábio participou do programa Central do Brasil desta sexta-feira (9) e analisou os diversos aspectos da nova política do governo para o setor de automóveis.
Ele entende que o programa, na prática, favorece a população de classe média, que consegue comprar um veículo com valores acima de R$70 mil. Mas compreende também que, ao estimular este setor da economia, o governo reanima a produção industrial do país e, por tabela, beneficia outras camadas da população.
"Favorece um núcleo muito pequeno da sociedade brasileira, diante dos índices de renda. Mas isso promove o emprego industrial, que atinge as camadas de baixa renda. O consumidor final será de camadas médias. Esse consumo de camadas médias vai impactar em peças, combustível, arrecadação de IPVA nos estados, mudança de frota mais antiga para nova. Isso acaba se espalhando de modo geral", analisou.
Apesar de avaliar positivamente a criação de novos estímulos para indústria de automóveis, Fábio provoca o governo a pensar políticas mais estruturantes para o setor industrial.
"É preciso que a gente repense uma política industrial para outros setores. Essa política é louvável, mas não é a medida que nos coloca diante das necessidades que o país tem, que são necessidades estratégicas de desenvolvimento econômico e tecnológico"
Para conferir a entrevista completa, assista à edição do Central do Brasil desta sexta-feira (9).
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O programa Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. Ele é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 12h30, pela Rede TVT e por emissoras públicas parceiras.
Edição: Thalita Pires