Os servidores técnicos-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) decidiram em assembleia geral nesta segunda-feira (12) continuarem a greve iniciada no dia 2 de junho pela manutenção da Referência Padrão (URP) retirada por decisão do ministro Gilmar Mendes. No dia 5 de junho o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) entrou com um Agravo Regimental no Supremo Tribunal Federal e espera a reversão da decisão do ministro.
“Ficou acordado na nossa reunião do Comando de Greve, que caso o ministro Gilmar sai com um documento, com o resultado dele [sobre o pedido do Sindicato) amanhã ou quarta-feira, a gente convoca uma assembleia geral logo no dia seguinte”, afirmou Edmílson Lima, coordenador geral do Sintfub. Lima foi recebido por Gilmar Mendes no dia 7 de junho e após o encontrou declarou estar “otimista” com a possibilidade de reversão da decisão.
“Nós estamos todos empenhados com essa luta, com essa unidade na defesa da manutenção da URP”, acrescentou o presidente do Sintfub durante a assembleia geral que aprovou a continuidade da paralização, as ações do Comando de Greve e a data da próxima reunião que está prevista para o dia 19 de junho. O corte da URP representa uma perda de 26% nos pagamentos dos técnicos-administrativos da UnB.
Após a reunião os técnicos-administrativos saíram em caminhada pelo prédio do Minhocão, no Campus Darcy Ribeiro da UnB. O Sintfub ainda prevê outras agendas com órgãos do governo e mobilização na própria UnB.
Apoios
A Assembleia Geral contou com a participação de representantes de outras instituições em apoio a greve dos servidores técnicos-administrativos da UnB. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do DF, Rodrigo Rodrigues, destacou o prejuízo salarial do corte da URP. “A perda dos 26% não é pouca coisa, é pra estarmos realmente agoniados, mas é muito importante também fazermos as movimentações necessárias”.
A presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), Eliene Novaes, chamou atenção para a importância de uma decisão definitiva para a manutenção da URP dos técnicos administrativos e dos professores da UnB. “Acho que os caminhos estão sendo construídos politicamente, mas principalmente construir uma ação definitiva para que a URP não seja usurpada dos nossos salários”, defendeu Eliane.
Já a deputada federal Erika Kokay (PT) defendeu que URP faz parte dos salários dos servidores e que é “inadmissível” a sua retirada por decisão judicial como ocorreu. “É preciso ter o efeito suspensivo para prosseguirmos com a negociação. Então, fica URP e nós vamos negociar medidas. O efeito suspensivo será uma grande vitória e partir daí a gente senta e vai ver quais são os próximos passos”, disse a parlamentar, que também defendeu uma reunião no Ministério de Gestão e Inovação para discutir a situação dos servidores.
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