As autoridades ucranianas convidaram o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a próxima cúpula em Kiev para discutir a "fórmula de paz" proposta pela Ucrânia.
O convite foi feito por Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, ao assessor especial do líder para relações exteriores de Lula, Celso Amorim, em conversa telefônica na última terça-feira (13).
De acordo com informações do site do gabinete presidencial ucraniano, Yermak destacou o interesse na participação brasileira na "Cúpula de paz" e falou sobre os preparativos para o evento durante a conversa.
"Claro, estamos extremamente interessados na participação do Brasil nesta cúpula. Estamos prontos para conversar, e é muito importante para nós ouvir a sua opinião", disse Yermak durante conversa com Amorim.
A iniciativa ucraniana em convidar o Brasil é vista como uma forma de reaproximação após as rusgas entre os dois países causadas por declarações de Lula tidas como favoráveis à Rússia. Posteriormente, houve desencontro entre Lula e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante o G7, no Japão, seguido de uma entrevista em que o presidente ucraniano afirmou que Lula queria ser "original".
Plano de paz ucraniano
Em novembro de 2022, Zelensky declarou que Kiev tem seu próprio "plano de paz", composto por 10 pontos. Ele repetidamente afirmou que sua proposta é o único caminho possível para a resolução do conflito com a Rússia.
O plano de Zelensky prevê a garantia da segurança nuclear, alimentar e energética da Ucrânia, a troca de "pessoas detidas" respeitando a fórmula "todos por todos", a restauração da integridade territorial da Ucrânia, a retirada das tropas russas e a cessação das hostilidades.
Em maio, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, declarou que as ideias de Zelensky não são um plano de paz e sim "mais um manual americano para fomentar conflitos na Europa".
Na última terça-feira (13), o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que aceita iniciar negociações de paz com Kiev caso o Ocidente interrompa o fornecimento de armas à Ucrânia.
Edição: Thales Schmidt