A União Europeia prepara seu 11° pacote de sanções contra a Rússia e pode incluir três empresas que operam na China por supostamente ajudarem no esforço de guerra contra a Ucrânia. Parte dessas companhias estariam ajudando o lado russo a conseguir chips para guiar mísseis de cruzeiro, tecnologia que o Ocidente tenta controlar por meio de sanções contra Moscou.
A informação foi revelada nesta sexta-feira (16) pelo jornal South China Morning Post. A publicação diz que a lista de empresas que operam na China e que são alvo de sanções seria ainda maior, mas a diplomacia chinesa conseguiu tirar cinco companhias da mira após conversas com o bloco europeu.
A China, por sua vez, promete retaliar caso "evidências" não sejam apresentadas.
"Se o lado europeu impuser sanções contra empresas chinesas, sem nos fornecer nenhuma evidência sólida para mostrar que essas empresas estão envolvidas em atividades que podem contornar as sanções da UE à Rússia, certamente retaliaremos. Como governo, temos a obrigação de salvaguardar os interesses legítimos de nossas empresas", disse o embaixador chinês na União Europeia, Fu Cong, em entrevista para a revista New Statesman.
::China diz que restrições de exportação de semicondutores do Japão são um 'abuso'::
A disputa envolve um dos elementos mais importantes da disputa global por hegemonia: os semicondutores, ou chips. Além de parte essencial dos mísseis que a União Europeia quer deixar fora das mãos russas, eles são necessários, cada vez mais, para a fabricação de bens de consumo tecnológicos, como máquinas de lavar roupa, celulares, carros e até armas de guerra.
Os EUA aplicam sanções contra o setor de semicondutores da China e governos de diversos países investem bilhões de dólares para garantir sua autossuficiência no setor. Hoje, cerca de 90% dos chips mais avançados de todo o mundo são produzidos em Taiwan.
Edição: Patrícia de Matos