Selic em foco

Centrais sindicais realizam ato pela redução dos juros nesta terça (20) em Porto Alegre (RS)

Metalúrgicos vão marchar pelas ruas da cidade até a sede do BC, onde será instalada uma cozinha solidária

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Protesto também exigirá a saída imediata do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto - Reprodução/ Marcello Casal/ Agência Brasil

Centrais sindicais e demais movimentos sociais que atuam contra os juros altos no país promovem, nesta terça-feira (20), às 11h, em Porto Alegre, um ato pela queda da taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano, a mais alta do mundo. A manifestação, que integra a Campanha Nacional pela Redução dos Juros, será realizada em frente à sede do BC da capital gaúcha, na Rua 7 de Setembro, 586, no Centro Histórico.

Antes, às 9h, metalúrgicos partirão e marcha da Praça Pinheiro Machado, no bairro São Geraldo. Eles tomarão as ruas em defesa do desenvolvimento do país e contra a alta taxa dos juros e seguirão até a sede do BC. No local do ato será instalada uma cozinha solidária, que servirá refeições para moradores de rua e comunidades da periferia de Porto Alegre.

:: Bancos cortam previsão de Selic em semana de reunião do BC sobre juros ::

De acordo com os organizadores, o protesto também exigirá a saída imediata do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com mandato até 31 de dezembro de 2024. O ato ocorrerá no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária do BC, que anunciará no dia seguinte a taxa de juros para o próximo período.

Política de juros altos "beneficia especuladores"

“Estaremos realizando uma grande marcha para ficar na história com a retomada do protagonismo do ramo metalúrgico que sempre teve o compromisso com o trabalho, o emprego, a reindustrialização, a dignidade e a vida”, frisa o presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul (FTM-RS), Lírio Segalla.

:: Centrais sindicais realizam atos pela queda dos juros nesta terça (20); confira programação ::

Em sua avaliação, "o Banco Central está prestando um desserviço para a nação brasileira". Como Campos Neto só pode ser removido da presidência do BC por determinação do Senado, conforme Segalla, um dos objetivos é "denunciar que ele usa a instituição para que os rentistas e especuladores ganhem muito dinheiro às custas do atraso do país”.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS), Amarildo Cenci, destaca que o protesto vai "mostrar o lado cruel e perverso da política de juros altos do BC na vida das pessoas". Ele aponta que, "enquanto aumenta o preço dos alimentos e a exclusão social, crescem os ganhos dos banqueiros e especuladores, aprofundando ainda mais a desigualdade”.

:: Luiza Trajano cobra Campos Neto por redução da taxa Selic ::

Para o dirigente, é hora de reconstruir o país ouvindo a voz dos trabalhadores e das trabalhadoras. “É fundamental baixar os juros em defesa do Brasil, a fim de aquecer a economia, gerar empregos de qualidade e aumentar a renda da classe trabalhadora”, afirma.

Cenci defende que não pode haver "autonomia, independência ou de qualquer lei" se esta colocar em risco o projeto nacional de uma nação. "Por isso, estamos na luta pela substituição do presidente do Banco Central. Que ele saia e que o projeto de reconstrução e desenvolvimento tenha o apoio desta importante instituição do Brasil e não dos interesses do capital financeiro", salienta o dirigente da CUT-RS.

:: Posicionamento de Lula contra alta na taxa de juros é aprovado por 80%, aponta Datafolha ::

* Com informações da CUT-RS e da FTM-RS


Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira