CENTRAL DO BRASIL

Para Helena Chagas, faltou 'contestação mais incisiva' contra Silvinei na CPMI do 8 de janeiro

Jornalista, ex-ministra da Secom também criticou o tratamento dos parlamentares com relatora Eliziane Gama (PSD-MA)

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques - Edilson Rodrigues/Agência Senado

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, foi o primeiro convocado a prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do dia oito de janeiro. Ele é acusado de coordenar uma operação atípica no nordeste que dificultou o deslocamento dos eleitores no segundo turno das eleições presidenciais.

No depoimento, Vasques negou que tenha intensificado a fiscalização na região e que a operação tenha dificultado a realização do processo eleitoral. Ele apresentou dados para a relatora, apontando que, ao contrário do que foi divulgado, a região teve o menor número de blitz naquele dia em todo país. 

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A senadora Eliziane Gama(PSD-MA), relatora da Comissão, confrontou a informação usando dados do Ministério da Justiça que apontam o aumento das operações da PRF no nordeste no dia do segundo turno.

A jornalista e ex-ministra da Secom Helena Chagas participou do programa Central do Brasil desta quarta-feira (21) e comentou esta primeira rodada de depoimentos da CPMI. Para ela, o convocado só reforçou o perfil de Silvinei como apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Eu não achei que foi um bom dia assim para a CPMI. Silvinei é um típico bolsonarista. Você tinha um monte de 'silvineis' no governo Bolsonaro, pessoas indicadas para postos que não estavam preparadas. Silvinei é um deles. E continuou vestindo esta camisa no depoimento de ontem", analisou.

Chagas também avaliou que os questionamentos feitos ao ex-diretor da PRF não foram fortes o suficiente para explorar uma suposta contradição do convocado.

"Achei que talvez tenha faltado uma contestação mais incisiva com base em fatos concretos. A senadora se esforçou muito, justiça seja feita. Mas ela sozinha não dá conta. O resto da CPMI estava um pouco ali despreparado para o Silvinei, como estaria para outros convocados."

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A jornalista, durante análise no Central do Brasil, não deixou de observar que a relatora também foi alvo do machismo presente no parlamento.

"A Eliziane foi desrespeitada como relatora. Houve tumulto na CPI, deputados bolsonaristas gritando. Tem um lado de machismo tão grande ainda no nosso parlamento.". concluiu. 

A entrevista completa você acompanha na edição desta quarta-feira do Central do Brasil

Assista agora ao programa completo

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O programa Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. Ele é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, agora às 13h,  pela Rede TVT e por emissoras públicas parceiras espalhadas pelo país.

Edição: Nicolau Soares