Zanin não merecia a vaga por ser advogado de Lula, mas por ter enfrentado a Lava Jato
O longo enterro da Lava Jato teve mais um capitulo esta semana. A aprovação de Cristiano Zanin pelo Senado Federal à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) marca outro episódio em que a operação foi derrotada por Lula. Desta vez, o indicado do presidente foi aprovado para vaga tão desejada pelo ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro, que fez de tudo para ser tornar ministro do STF.
Moro usou cargo de juiz para fraudar as eleições e prender Lula "sem provas, apenas com as convicções" da equipe de Deltan Dallagnol, virou ministro da Justiça de Bolsonaro, rompeu com o ex-presidente e depois, humilhado, apoiou novamente nas últimas eleições. Terminou no Senado, onde participou da sabatina de Zanin e tentou atacar o indicado de Lula, mas de maneira fraca e inconsistente.
Zanin não ganhou o cargo no STF por ser advogado de Lula, mas por ter um papel central na denuncia dos abusos da Lava Jato e ter feito um enfrentamento quando os princípios constitucionais e jurídicos estavam postos a prova em um momento que a grande mídia colocava Sérgio Moro e os procuradores como "deuses".
Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato, com apresentação do jornalista Rodrigo Vianna.
Enquanto o ex-juiz saiu derrotado, Lula estava na Europa essa semana e se encontrou com Papa Francisco para particular da articulação do pontífice para o fim da guerra na Ucrânia e pela paz mundial. O presidente também se reuniu com os estadistas da Itália, inclusive, com a primeira-ministra da extrema direita, Giorgia Meloni.
Durante a viagem Lula criticou o silêncio geral sobre o jornalista Julian Assange, que segue preso na capital do Reino Unido, vítima de perseguição judicial protagonizada pelos Estados Unidos, e faz um discurso histórico em Paris, onde cobrou que os países ricos cobrem a dívida histórica com a Amazônia.
No Brasil, Banco Central ignora pressão e mantém Selic em 13,75% ao ano. O que aumenta a pressão para saída do presidente do BC, Roberto Campos Neto, via Senado.
Panela de Pressão
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a avaliar o pedido de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível. O TSE julga, neste caso, os ataques que Bolsonaro fez ao sistema eleitoral em um evento com embaixadores, em Brasília. O evento contou com transmissão da TV Brasil.
De acordo com o Ministério Público Eleitoral, ele cometeu abuso de poder econômico ao utilizar a estrutura do Estado para atacar as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral sem provas. Com isso, a Panela de Pressão do ex-presidente está fervendo esta semana
Uma sobremesa...
A dica da semana é a série documental Ato 18 - O golpe contra Lula, dirigida pelo jornalista Luiz Carlos Azenha da Revista Fórum, que no primeiro episódio conta a história antes do 8 de janeiro, dia em que bolsonaristas invadiram e atacaram o Planalto e as instituições democráticas em Brasília.
A obra traz imagens de arquivo, entrevistas e volta aos locais dos fatos e está disponível no YouTube da Revista Fórum.
Na mesma toada, vale também assistir o documentário Terceiro Ato, do Brasil de Fato, lançado no início deste ano.
Onde assistir
O Tempero da Notícia vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, no canal do Brasil de Fato YouTube e na TVT, canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.
Moradores do estado de São Paulo podem acompanhar o programa pela Rádio Brasil Atual (98,9 FM na Capital Paulista e 93,3 FM na Baixada Santista), nos mesmos horários.
As edições também estão disponíveis nas plataformas de podcasts e podem ser escutadas no Deezer, Spotify, Google Podcasts, Itunes e Pocket Casts.
Edição: Marina Duarte de Souza