De acordo com anúncio feito por Gabriela Cerruti, porta-voz do governo, nesta quinta-feira, a Argentina quitará sua cota de dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) com parte de suas reservas na organização financeira e também com uma quantia em yuan, a moeda chinesa.
A autoridade argentina apontou, em uma coletiva de imprensa, que no dia 30 de junho "será efetuado o pagamento ao FMI de 2,7 bilhões de dólares relativos ao segundo trimestre, parte em Direitos Especiais de Saque (DES) do Tesouro e parte em yuans, sem utilizar reservas do Banco Central".
Dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) da Argentina indicam que a economia do país sul-americano enfrenta uma inflação superior a 110% e uma taxa de pobreza de 40%, embora a atividade econômica apresente crescimento pelo terceiro ano consecutivo, com um aumento de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
No entanto, a porta-voz oficial enfatiza que: "Com o pagamento ao FMI, cumpre-se o compromisso de que a acumulação de reservas do Banco Central não será colocada em risco".
Em paralelo, o ministro da Economia, Sergio Massa, anunciou em 27 de junho um novo acordo com o FMI, que ainda não foi confirmado. As negociações com o órgão internacional de empréstimos se prolongarão por semanas até finalizar o acordo sobre o programa de US$ 44 bilhões do país.
O crédito original, solicitado durante o governo de Mauricio Macri, chegava a 57 bilhões de dólares. Mas depois de chegar ao poder em 2019, o presidente Alberto Fernández pediu ao FMI que cancelasse o restante dos desembolsos porque, como afirmou à época, "o país não tem nenhum dólar para devolver".
A dívida vence nesta sexta-feira, 30 de junho, e especialistas esperam que a economia argentina encolha em mais de 3% até o final de 2023, com uma taxa de inflação de 114%, a mais alta em três décadas.