Rebelião

Chefe do grupo paramilitar Wagner teria retornado à Rússia

Porta-voz de Putin afirma que Kremlin "não monitora" o paradeiro de Prigozhin

Rio de Janeiro |
Vladimir Putin em encontro com Alexander Lukashenko, durante entrevista coletiva em Moscou, em setembro de 2021. - SHAMIL ZHUMATOV / POOL / AFP

As repercussões da rebelião do grupo Wagner continuam movimentando a vida política na Rússia. Após o anúncio de que o líder do grupo paramilitar, Yevgueny Prigozhin, iria para Belarus como parte do acordo para resolver a crise, o próprio presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que mediou a negociação, declarou nesta quinta-feira (6) que Prigozhin "é um homem livre" e se encontra na Rússia.

"No que diz respeito a Yevgueniy Viktorovich Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Talvez ele tenha ido a Moscou esta manhã. Mas ele não está em Belarus", afirmou Lukashenko. 

De acordo com informações divulgadas pelo Kremlin, após o motim militar de 23 a 24 de junho, o fundador do Wagner, Yevgueny Prigozhin, iria para Belarus. A acordo foi mediado por Lukashenko após negociações que se acredita terem levado ao fim do levante. O presidente russo, Vladimir Putin, também se pronunciou, afirmando que parte das unidades do Wagner poderiam se transferir para Belarus.

"Tenho certeza de que Prigozhin hoje é um homem livre, agora ele é um homem livre. Falei com ele ao telefone não faz muito tempo, acho que conversamos ontem depois do almoço e discutimos os próximos passos para atividades de Wagner", disse Lukashenko à imprensa nesta quinta-feira.

Como parte das negociações, as autoridades russas ofereceram três opções aos mercenários do Wagner: "ir para Belarus", fechar contrato com o Ministério da Defesa da Rússia ou outras agências de segurança do país, ou deixar o serviço militar e "voltar para as suas casas e famílias". 

"No momento, a questão de sua transferência e instalação não foi decidida. Dependerá das decisões tomadas pela liderança russa e pelo grupo de Wagner. Se eles considerarem necessário estacionar um certo número de combatentes Wagner em Belarus para descanso, treinamento e assim por diante, cumpriremos essa promessa", completou. 

Reação do Kremlin

Ao comentar as declarações do líder bielorrusso, o porta-voz de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, afirmou que o Kremlin não monitora os movimentos do fundador do Wagner, Yevgeny Prigozhin.

"Não, não seguimos os seus movimentos, não temos capacidade nem vontade de o fazer", disse, respondendo a um jornalista que pediu para Peskov comentar as declarações de Lukashenko. 

Respondendo à pergunta se a partida de Prigozhin para Belarus foi uma das condições para o fim da rebelião armada de 23 a 24 de junho, o porta-voz disse: "Isso foi discutido, vocês sabem que também conversamos sobre isso, Alexander Grigorievich [Lukashenko] também falou sobre isso".

Ainda sobre o paradeiro de Prigozhin, o porta-voz afirmou que não iria mais comentar o assunto. "Vou deixar isso sem comentários. Eu retorno a 24 de junho. Vocês se lembram da história bastante detalhada por Alexander Grigorievich. Também fizemos uma declaração. Tudo isso mantém, de fato, sua relevância. Não tenho nada de novo a acrescentar neste tópico", completou.

Edição: Thales Schmidt