O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, confirmou em nota divulgada à imprensa na noite desta quinta-feira (6) a troca no comando do Ministério do Turismo. A deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) será substituída pelo também deputado Celso Sabino (União Brasil-PA).
"Hoje, o presidente Lula e eu recebemos, no Palácio do Planalto, a minha colega Daniela Carneiro, acompanhada do prefeito Waguinho. Na conversa, pudemos esclarecer as questões partidárias que motivam a troca no Ministério do Turismo, e a ministra demonstrou sua compreensão com a decisão do governo", diz a nota.
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O troca na pasta é um pleito da legenda. Apesar de serem do mesmo partido, Daniela já pediu para sair da agremiação e o União Brasil alegava que sua bancada parlamentar não foi consultada sobre o nome para o ministério. Daniela Carneiro e Waguinho (Republicanos), seu marido e atual prefeito de Belford Roxo, apoiaram Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno de 2022 em um dos locais em que o bolsonarismo tem grande força, a baixada fluminense.
O texto da SRI afirma ainda que Padilha e Lula se reunirão "com o presidente e os líderes do União Brasil, em data a ser definida amanhã, para receber a indicação do deputado Celso Sabino, que vai liderar a pasta do Turismo". Em outro momento, aponta que Lula "agradeceu a ministra pelo excelente trabalho e pela disposição dela de permanecer contribuindo com o governo no Congresso, com o protagonismo de ser a deputada federal mais votada do Rio de Janeiro".
A menção ao "protagonismo" e à votação da ministra reforçam as expectativas de que ela assuma um posto de liderança no bloco parlamentar de apoio ao governo na Câmara ou no Congresso. Ao longo desta quinta-feira (6), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, chegou a afirmar que Daniela Carneiro ficaria no cargo, retificando a informação duas horas depois.
Apoio?
Além do Turismo, os ministérios comandados pelo União Brasil são o de Comunicações e o da Integração e Desenvolvimento Regional. O primeiro tem como ministro o deputado federal Juscelino Filho (MA) e o segundo é chefiado por Waldez Góes, político do Amapá filiado ao PDT, mas indicado pelo União Brasil. Desde o início do atual mandato de Lula, entretanto, a liderança do partido afirma que a presença na Esplanada não garante apoio à agenda do governo no Congresso.
"A gente não faz parte do governo Lula. Vamos votar com o governo o que for de interesse do Brasil", ressaltou Bivar ainda em dezembro de 2022, quando já era certa a presença da legenda entre os ministérios.
As dificuldades do Planalto com o União Brasil são nítidas em votações chave no Congresso, como as do marco do saneamento e do marco temporal. No segundo caso, apesar da orientação do governo em votar contra a tese que limita direitos territoriais de povos indígenas, 48 deputados da legenda - o equivalente a 96% do total - apoiaram o projeto.
Edição: Leandro Melito