O vereador de São Paulo, Celso Giannazi (PSOL), protocolou um projeto que propõe a criação e o funcionamento do Parque Municipal do Rio Bixiga – Zé Celso Martinez Corrêa, nesta quinta-feira (6).
O projeto, que homenageia o diretor de teatro falecido nesta mesma data, prevê que o parque seja criado no terreno que ocupa a lateral e os fundos do Teatro Oficina Uzyna Uzona, na Rua Jaceguai, no bairro do Bixiga. O prédio do teatro foi projetado pela famosa arquiteta Lina Bo Bardi em 1992 e inaugurado no ano seguinte.
Em 2010, o teatro foi inscrito no Livro do Tombo Histórico e no Livro do Tombo das Belas Artes, o que delimita o entorno como área de proteção visual. O terreno onde pode ser construído o parque, entretanto, pertence ao Grupo Silvio Santos desde a década de 1980, que já apresentou um projeto para construir três prédios de até 100 metros no local.
A construção do parque, portanto, passa necessariamente pela negociação de uma desapropriação ou permuta com a Prefeitura de São Paulo. Porém, a partir do momento em que seja estipulado pelo governo municipal que o local deve ser destinado à criação de um parque, não é possível interferir no terreno.
Durante anos, Zé Celso argumentou que a construção dos prédios do Grupo Silvio Santos prejudicaria as atividades do teatro, tornando-se um símbolo também na luta contra a especulação imobiliária no centro de São Paulo.
O projeto de lei apresentado nesta quinta-feira (6) por Giannazi na verdade é substitutivo ao PL 877/2021, de autoria do vereador Eduardo Suplicy (PT), que já dispõe sobre a criação e o funcionamento do parque. O PL foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa (CCJ), em novembro do ano passado, e agora está parado na Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente.
Um outro projeto com o mesmo objetivo já havia tramitado na Câmara Municipal de São Paulo, mas foi vetado em 2020 pelo então prefeito em exercício Eduardo Tuma.
O projeto de Celso Giannazi prevê que o parque seja destinado a “atividades relacionadas à cultura, à autogestão, à agroecologia, à educação ambiental e à promoção de práticas comunitárias que observem as necessidades específicas de mães e crianças frequentadores do parque”.
O diretor de teatro conhecido como Zé Celso faleceu nesta quinta-feira (6), aos 86 anos de idade, em São Paulo. Ele foi internado e entubado, na terça-feira (4), no Hospital das Clínicas, após um incêndio atingir o seu apartamento no Paraíso, na Zona Sul da capital paulista.
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Edição: Rodrigo Durão Coelho