Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) decidiram, nesta terça-feira (11), no primeiro dia da reunião da cúpula do organismo, em Vilnius, capital da Lituânia, que convidarão a Ucrânia para a aliança militar. Contudo, frisaram que o momento para o ingresso não é propício devido à guerra contra a Rússia, mas que caminhos estão sendo criados para facilitar a adesão do país.
"Apresentaremos um convite para que a Ucrânia se junte à Otan quando os aliados estiverem de acordo e as condições forem cumpridas", disse o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg.
Como gesto de boa vontade, os 31 países pertencentes à aliança militar decidiram isentar a Ucrânia da apresentação de um Plano de Solicitação de Adesão, o MAP, na sigla em inglês. O plano faz parte do processo formal de adesão à Otan. É por meio dele que se avalia se o requerente atende aos padrões militares e governamentais da aliança militar.
"Isso muda o caminho da filiação da Ucrânia à Otan de um processo de duas etapas para um processo de apenas uma. Este é um pacote forte para a Ucrânia e um caminho claro para sua adesão à Otan", declarou Stoltenberg.
O aliança militar também anunciou um novo Conselho Otan-Ucrânia, que realizará sua reunião inaugural em Vilnius na quarta-feira (12) com a participação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A intenção é que a Ucrânia tenha um lugar à mesa da Otan para "consultar e decidir sobre questões de segurança", afirmou Stoltenberg.
Ainda nesta terça-feira, Zelensky criticou a Otan por uma suposta falta de planos concretos e prazos para a admissão de Kiev. A fala do presidente ucraniano foi atacada por um diplomata sênior da Europa Central, que avaliou que Zelensky estaria "indo longe demais".
Mais armas e treinamentos
Os países da Otan se comprometeram em seguir fortalecendo o exército ucraniano em meio à guerra contra a Rússia. A França se dispôs a enviar mísseis Scalp de longo alcance - o armamento pode viajar até 250 km. Já o Ministério de Defesa da Alemanha se comprometeu em enviar à Ucrânia 700 milhões de euros para ser usado em fins militares. O presidente dos EUA, Joe Biden, sugeriu oferecer o mesmo tipo de apoio dado a Israel - um compromisso de longo prazo com o fortalecimento militar do país.
Em sua conta no Twitter, o ministro ucraniano de Defesa, Oleksiy Reznikov, anunciou que a Ucrânia e mais 11 países assinaram um memorando garantindo o treinamento de pilotos ucranianos para caças F-16.
“É oficial: uma coalizão para treinamento de F-16 da Força Aérea Ucraniana foi formada! Hoje, 11 estados parceiros mais a Ucrânia assinaram um memorando descrevendo os termos. Sou especialmente grato à Dinamarca e à Holanda por sua excelente liderança neste processo”, publicou Reznikov.
Em fevereiro, Joe Biden recusou pedidos de caça feitos por Zelensky. A Otan também não via com bons olhos a entrega dos chamados de quarta geração para a Ucrânia. Contudo, o treinamento da Força Aérea Ucraniana pode mudar este cenário.
Edição: Thales Schmidt