O discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante o primeiro dia da cúpula da Otan, em Vilnius, na Lituânia, não foi bem recebido pelo ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, que sugeriu que a Ucrânia precisa ser mais grata pelo apoio que tem recebido do ocidente. Na última terça-feira (11), Zelensky criticou os países da Otan por uma suposta falta de compromisso com a adesão da Ucrânia à aliança militar.
Ao ser questionado sobre o discurso do Zelensky, em coletiva de imprensa paralela à cúpula, Wallace afirmou que “quer gostemos ou não, as pessoas querem ver um pouco de gratidão”. “Às vezes você está pedindo aos países que desistam de seus próprios estoques [de armas]. Às vezes você tem que persuadir os legisladores no [Capitólio] na América.”, afirmou o secretário.
Wallace ainda contou que durante uma viagem à Ucrânia, no ano passado, ele dirigiu por mais de 11h para buscar uma lista de compra de armas. “Sabe, não somos a Amazon”, declarou o secretário de Defesa.
Apesar das críticas, Wallace disse entender que Zelensky estava falando para um público específico. E que o acordo para facilitar o caminho da adesão da Ucrânia à aliança militar é bom começo e uma mensagem clara de que o país “pertence à Otan”.
O Conselheiro de defesa dos EUA, Jake Sullivan, também declarou que “acredita que o povo americano mereça um certo grau de gratidão”, destacando o esforço do governo dos EUA em intensificar a apoio à Ucrânia. Desde a invasão russa, os EUA repassaram à Ucrânia US$ 76,8 bilhões para fortalecer o país em meio à guerra.
A mensagem parece ter chegado a Zelenky. Nesta quarta-feira (12), apesar de enfatizar o seu desejo pelo convite de adesão à Otan, o presidente ucraniano disse ser "compreensível que a Ucrânia não possa se juntar à Otan quando está em guerra". Zelensky ainda agradeceu pelas decisões da cúpula. Sobretudo por ter dispensado a Ucrânia do plano de ação de adesão e pelos repasses de armas e outros recursos anunciados.
Edição: Thales Schmidt