Os investimentos no futebol feminino brasileiro não chegam perto do modalidade masculina, no entanto, neste ano há bastante expectativa no desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo de Futebol Feminino, que começa na próxima quinta-feira (20). Uma estrutura inédita foi montada para a preparação das jogadoras nesta edição, com delegação recorde, voo fretado e um núcleo de saúde e performance.
Amanda Viana é comentarista do Planeta Futebol Feminino, projeto independente de cobertura de jogos de futebol feminino. Para ela, é importante enxergar esses avanços como algo indispensável a ser implementado para todos os clubes.
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“Lógico que a questão financeira pega muito, nós ainda temos muitos clubes que não conseguem ter o investimento necessário. Temos alguns clubes que, na minha visão, tem dinheiro, mas não aplicam da forma mais inteligente para potencializar o talento que existe ali”, conta.
Amanda explica que, além das dificuldades impostas aos clubes femininos, existe pouco incentivo para meninas iniciarem no futebol e, por isso, acabam começando a treinar com idade mais avançada que os meninos.
“Nós temos poucas categorias, são poucos os lugares, muitas vezes a gente acaba vendo meninas tendo que jogar com meninos para conseguirem bater bola na sua idade. Esse é um ponto que vem mudando, mas precisa evoluir mais porque a entrada no esporte quanto antes vier melhor, pois começa a trabalhar fundamentos, mentalidade e as questões de base mesmo”, explica a comentarista.
Já Tatiane Vidal, administradora da página Rainhas da Copa, projeto que aborda notícias e curiosidades do mundo do futebol feminino, acredita que a seleção brasileira é uma das mais fortes do mundo pela sua história.
“Eu vejo que os clubes podem ajudar a seleção feminina. É um fenômeno tipo rio para o mar, a seleção feminina seria o mar e os clubes são os rios que fornecem para o mar. Eu entendo que os clubes fortes fortalecem o futebol feminino porque por mais que tenham clubes estrangeiros, as jogadoras brasileiras não conseguem entrar no mercado estrangeiro, então o primeiro mercado delas é aqui no Brasil. Se houver um mercado forte, campeonato forte, dinâmico, com a CBF ajustando isso para as jogadoras, fortalece a seleção feminina”, diz.
Para Tatiane, a prova de que o futebol feminino tem evoluído no país é a profissionalização das jogadoras com o passar dos anos. “Agora as meninas sabem jogar, elas têm tática. Você vê as meninas do sub 15, sub 13, você fica impressionado, as meninas jogando com os meninos você fala ‘cara era só isso que precisava, de alguém que falasse que é a perna esquerda que você bate, não é essa mão, a mão tem que botar para trás, é a cabeça desse jeito’ coisas que parecem bobas para os meninos porque aprendem desde criança, as meninas vão aprender só com 18, 19 anos”, conta Tatiane.
A Copa do Mundo de Futebol Feminino acontece do dia 20 de julho ao dia 20 de agosto na Nova Zelândia e na Austrália. O primeiro jogo do Brasil acontece na próxima segunda (24) contra o Panamá, a partir das 8h.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse