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Pesquisadores criam algoritmo que prevê cenários de futuro da Amazônia com mudanças climáticas

Trabalho desenvolvido na Unicamp mostra tendências trágicas para floresta caso redução de chuva se confirme

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Nesta semana, ONU fez um comunicado alertando que no mundo inteiro ondas de calor intenso devem aumentar em frequência
Nesta semana, ONU fez um comunicado alertando que no mundo inteiro ondas de calor intenso devem aumentar em frequência - FLORIAN PLAUCHEUR / AFP

Afinal, o que vai ser da maior floresta tropical do mundo após os efeitos das mudanças climáticas se estabilizarem? Esta questão motivou pesquisadores e pesquisadoras da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) a desenvolverem um algorítmico capaz de traçar possíveis cenários para a Amazônia.

A iniciativa é considerada a primeira a desenvolver um algoritmo desse tipo exclusivamente brasileiro. O projeto foi apelidado de Caetê, sigla para “Carbon and Ecosystem functional-Trait Evaluation model” (em tradução livre: modelo para avaliação de características funcionais de carbono e de ecossistema).

“Significa mata virgem ou mata verdadeira em tupi-guarani”, afirma Bianca Fazio Rius, uma das responsáveis pela iniciativa e doutoranda do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. Ela participou do programa Bem Viver da edição desta quarta-feira (19).

:: Confira a entrevista completa no reprodutor de áudio logo abaixo do título da reportagem ::

Rius explica que não se trata de um algoritmo nos moldes de inteligência artificial que estão tão em alta ultimamente. Segundo ela, a ferramenta não passa pelo processo de "aprendizagem de máquinas".

“Na verdade, o nosso algoritmo é um programa de computador que se utiliza de equações matemáticas para fazer projeções. Os dados de entrada são as condições climáticas, como precipitação, concentração de CO2, pressão atmosférica”, explica.

A partir destes dados, os pesquisadores aplicam fórmula desenvolvidas sobre o desenvolvimento de plantas para entender como se dará a ocupação do solo.

Segundo Rius, o estudo é continuo e diversos cenários vem sendo montados. Um que chegou a virar artigo científico projeta qual seria o futuro da Amazônia em caso de redução de 50% do volume de chuva na região.

O resultado, surpreendentemente, foi um aumento da diversidade de plantas. Mas, segundo Rius, que traria uma notícia trágica pra floresta e todo planeta

“Haveria uma redução da estocagem de carbono na floresta. As plantas que vão surgir vão ter menos capacidade, menos adaptação para absorver CO2”.

Ou seja, a Amazônia vai perder uma das principais funções que ela desenvolve. “A floresta vai perder capacidade de absorver o CO2. Essa mudança aceleraria as mudanças climáticas. Seria como uma retroalimentação”, afirma Rius. 

Futuro preocupante

A projeção da queda na chuva em 50% tem embasamento.

Esta semana, Organização Metereológica Mundial (OMM), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), fez um comunicado alertando que no mundo inteiro ondas de calor intenso devem aumentar em frequência, intensidade e duração.

John Nairn, conselheiro sênior da OMM, afirma que essa será uma "consequência da mudança climática".

:: Agência da ONU afirma que ondas de calor serão cada vez mais frequentes e intensas ::

Para a Amazônia, em específico, não foi apresentada uma projeção. No entanto, outros estudos apontam para o mesmo lugar. Também se teme pelo aumento da temperatura e diminuição da chuva. 

Um estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista Climates Dynamics, mostra que o aglomerado de tempestade tem diminuído a frequência na Amazônia. 

Caminhos

Diante desses efeitos, Rius aponta que os próximos passos da iniciativa se dividem em duas frentes. Uma é entender a capacidade de resiliência da floresta, “o quanto ela é capaz de se recuperar, se é que é possível”, comenta.

Por outro lado, a pesquisadora afirma que um dos desejos da equipe aproximar essas análises da realidade da população local.

“Um dos principais passos que a gente tá dando agora é tentar entender com essas mudanças vão afetar as comunidades que vivem ali na região, povos que têm uma relação com todo esse ecossistema”, explica

“Qual o tipo de floresta que a gente precisa ter para preservar esses serviços ecossistêmicos para a comunidade local?, finaliza a pesquisadora.


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Edição: Lucas Weber