Lançada neste 25 de julho, quando se celebra o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, a campanha ‘Tem floresta em pé, tem mulher’, organizada pela Oxfam Brasil, busca difundir o trabalho de preservação da Amazônia feito por mulheres que vivem em harmonia no bioma.
Integram a ação a Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos), o Miqcb (Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu) e o CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas).
“A proposta da campanha é dar mais visibilidade a todas estratégias, tecnologias, saberes, memória destas mulheres, como elas defendem os territórios e enfrentam as desigualdades em prol de uma justiça racial e de gênero”, explica Bárbara Barbosa, coordenadora de justiça racial e de gênero da Oxfam Brasil.
Em entrevista à edição desta terça-feira (25) do programa Bem Viver, Barbosa ressaltou que a ação busca “combater equívocos sobre o olhar da Amazônia".
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Segundo ela, a sociedade precisa compreender que a luta pela preservação ambiental está diretamente associada à garantia de direito aos povos que habitam a floresta tradicionalmente.
Na avaliação de Barbosa, o governo federal vem trazendo resultados práticos nestes primeiros sete meses de gestão, como, por exemplo, a demarcação de territórios indígenas e a regularização de terras quilombolas.
No entanto, o temor da membra da Oxfam é dentro dos municípios e estados. “O agro [agronegócio] tomou totalmente os municípios e estados”, denúncia.
Barbosa defende que o setor do agronegócio tem muita influencia dentro das municipalidades, e essa é a maior ameaça para territórios que estão nas zonas rurais das cidades.
A campanha faz uma homenagem a Maria de Jesus Bringelo, Dona Dijé, que morreu em 2018, aos 70 anos. Mulher negra, quilombola, quebradeira de coco babaçu, ela foi uma das fundadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu no Maranhão.
“É uma campanha belíssima que traz as palavras de Dona Dijé e tantas outras defensoras da floresta. Essa é uma campanha de mobilização para que toda sociedade se volte para floresta e ouçam essas mulheres que estão defendendo todos os dias o território. esse território que pertence a todos nós, porque sem eles, não tem água, energia, comida, não tem vida”, finaliza Barbosa.
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Edição: Lucas Weber
