A onda de calor continua a afetar países europeus e o norte da África. Até esta quarta-feira (26), já foram contabilizadas as mortes de 34 pessoas na Argélia - 10 militares lutando contra o fogo - e de outras sete pessoas na Itália, entre eles uma criança e idosos. Na cidade italiana de Catania, no sul do país, os termômetros registraram 47°C.
Na Argélia, 8 mil bombeiros lutam contra os incêndios que já afetam 15 províncias e fizeram 1,5 mil pessoas deixarem suas casas. A temperatura em partes do país teria chegado a 50°C e a fronteira com a Tunísia foi fechada, informa o jornal The Guardian.
O fogo na Itália causou o fechamento temporário do aeroporto de Palermo. Algumas das vítimas fatais no país incluem uma menina de 16 anos que caiu de uma árvore durante uma chuva torrencial e um casal de idosos encontrado em uma casa que pegou fogo em Catania.
:: O colapso ecológico sobre o qual fomos avisados começou ::
O Ministro da proteção civil da Itália, Nello Musumeci, escreveu no Facebook: "Vivemos na Itália um dos dias mais complicados das últimas décadas – tempestades, tornados e granizo gigante no norte, e calor escaldante e incêndios devastadores no centro e no sul". Musumeci ainda disse que a atual frota de aviões que luta contra o fogo não está sendo suficiente e que pedirá ajuda para a União Europeia.
A situação atinge outros países. Nos últimos dias, mais de 20 mil pessoas foram evacuadas na cidade de Rhodes, na Grécia. Dois bombeiros morreram quando o avião que estavam pilotando para jogar água nas chamas caiu na cidade de Karystos, na ilha de Evia, a leste de Atenas.
Incêndios também foram registrados na Croácia, França e Portugal. Na cidade portuguesa de Cascais, o prefeito local afirmou que o maior desafio é combater as chamas com ventos de até 60 km/h.
O Secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, disse que sem a ação humana, esses eventos climáticos seriam "extremamente raros" e que "temos que intensificar esforços para ajudar a sociedade a se adaptar ao que infelizmente está se tornando o novo normal".
"Na China, teria sido um evento [extremo] em cerca de 250 anos, enquanto o calor extremo como o registrado em julho de 2023 teria sido praticamente impossível de ocorrer na região dos EUA, México e no sul da Europa se os humanos não tivessem aquecido o planeta queimando combustíveis fósseis", destacou Taalas.
* Com informações de The Guardian e CBS News.
Edição: Thalita Pires