No dia 25 de julho, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, ocorreu a 10ª edição do Prêmio Mulheres Negras Contam Suas Histórias, em Salvador. Uma das homenageadas no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da Bahia foi Lucinéia Durães, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e integrante da coordenação nacional do movimento. A premiação celebrou mulheres negras cujo trabalho é reconhecido por seu impacto transformador na sociedade.
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Para Lucinéia, essa premiação representa muito mais do que uma conquista pessoal. Ela enxerga a premiação como um símbolo do reconhecimento da relevância das mulheres camponesas..
“Não tenho nenhuma dúvida que essa é uma homenagem a cada uma das companheiras que estão acampadas fazendo a luta pelo direito de democratização do acesso à terra. Essa homenagem é pra cada uma das companheiras assentadas que estão fazendo no dia a dia a produção de alimentos saudáveis. Para cada uma das nossas companheiras assentadas, acampadas, amigas que estão lado a lado conosco caminhando para a superação de todas as violências”, destacou.
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Lucinéia faz questão de ressaltar que essa homenagem é, na verdade, uma reverência ao coletivo de mulheres sem terra de todo o estado e país. “É um dia de muita honra, de muita alegria, mas não podemos esquecer cada companheira que trilhou conosco essa caminhada, cada companheira que doou sua vida nessa nossa luta para construir esse coletivo que é o Movimento Sem Terra”, afirmou em seu discurso.
Ao finalizar suas palavras, Lucinéia apontou a inspiração no exemplo e legado de outras mulheres marcantes e reforçou a importância de seguir em luta. “Então, seguimos o exemplo e legado de Tereza de Benguela e de Maria Felipa e vamos nos aquilombando e organizando as nossas lutas diárias e vamos sonhando com um lugar melhor com um mundo possível que a gente vai construir”, finalizou.
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*Com informações do Coletivo de Comunicação do MST-BA
Fonte: BdF Bahia
Edição: Gabriela Amorim