O ex-policial militar Élcio de Queiroz afirmou em sua delação premiada que Bernardo Bello, investigado por sua relação com o jogo do bicho no Rio, também esteve envolvido no assassinato da então vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. A informação foi revelada em reportagem da Folha de S.Paulo publicada neste domingo (30).
De acordo com a Folha, Élcio disse em um de seus depoimentos que o veículo usado no crime e o celular utilizado por Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos, teriam sido fornecidos por Bello. O jornal informou que Bello não foi encontrado para comentar o caso.
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Segundo o jornal, Élcio de Queiroz também teria afirmado que José Carlos Roque Barboza, chefe de segurança de Bello, também teria participado do crime.
No sábado (29), o Disque Denúncia do Rio divulgou um cartaz pedindo mais informações sobre Bello. Ele é considerado foragido e é suspeito de outros assassinatos.
Suspeitos mortos
Na sexta-feira (28), uma reportagem publicada pelo site GGN apontou que cinco supostos envolvidos no assassinato de Marielle já foram mortos. Segundo a reportagem, todos foram considerados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como personagens-chave para entender a dinâmica do crime e chegar aos mandantes.
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A lista de mortos é composta por:
Lucas Prado Nascimento da Silva, o "Todynho", morto em abril de 2018. Ele é apontado como responsável pela clonagem do veículo usado no crime;
Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope, morto em 2020 numa operação policial na Bahia. Ele seria o chefe de um grupo de matadores de aluguel e milicianos que atuava no Rio;
O sargento Luiz Carlos Felipe Martins, tido como "braço-direito" de Adriano da Nóbrega, foi morto por homens que passaram em um carro e atiraram quando estava na porta de casa, em março de 2021;
Edmilson da Silva de Oliveira, conhecido como "Macalé", morto em novembro de 2021. Ele teria sido o intermediário para a contratação de Élcio e Ronie Lessa;
Hélio de Paula Ferreira, conhecido como "Senhor das Armas", morto a tiros em 28 de fevereiro de 2023. Ele também era investigado pela morte.
Edição: Felipe Mendes