O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota nesta segunda-feira (31) sobre tentativa de invasão sofrida por um acampamento no município de Itiruçu, no Vale do Jequiriçá, na Bahia. De acordo com a nota, 30 homens armados, que se identificaram como fazendeiros, tentaram invadir o acampamento nesta madrugada e atear fogo aos barracos.
Desde abril, 60 famílias ocupam as margens da rodovia BA-250, após serem desalojadas de uma fazenda da extinta Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Desde então, elas aguardam o avanço das negociações entre o governo do estado e Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para a criação de um assentamento naquela fazenda.
Na nota, o MST afirma que já foram feitos boletins de ocorrência, além de notificação ao Ministério Público sobre a tentativa de invasão do acampamento.
Leia abaixo a íntegra da nota do MST.
Nota sobre a tentativa de invasão em acampamento nas margens da rodovia BA-250
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia vem em nota informar o ocorrido na madrugada desta segunda-feira (31), no acampamento Osmar Azevedo, localizado às margens da rodovia BA-250, no município de Itiruçu/BA.
Durante a madrugada desta noite, um grupo com mais de 30 jagunços, fortemente armados, se identificando como fazendeiros, tentaram invadir com violência e ameaças às 60 famílias acampadas às margens da BA-250.
As famílias não estão acampadas em área de nenhum dos fazendeiros e sim às margens da rodovia BA-250, devido ao despejo que sofreram de uma fazenda que pertenceu à extinta EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), ocorrida no dia 05 de abril. Elas aguardam passivamente as negociações com o Governo Estadual e INCRA para destinação da área da EBDA para criação de assentamento.
A tentativa de reintegração de posse descabida de qualquer legalidade organizada pela milícia rural teve a alegação de que não aceitariam famílias Sem Terra vivendo próximo de suas fazendas e atacaram essas famílias. Inclusive na tentativa de atear fogo nos barracos. Porém não houve reação, ninguém se feriu e as famílias continuam no local apesar da violência sofrida e permanecem em resistência na luta.
É mais uma violência perversa contra as famílias trabalhadoras rurais que estão mobilizadas para garantir o acesso à terra. O MST reafirma que a luta é pela construção de um país mais justo e soberano. Por que acredita que através da reforma agrária será possível melhorar a qualidade de vida das pessoas, produzir alimentos saudáveis, proteger a natureza e combater os flagelos sociais, em especial, combater a fome e a miséria.
Por fim, já estão sendo feitas todas as denúncias para o ministério público e realizados boletins de ocorrência sobre o caso.
Fonte: BdF Bahia
Edição: Rodrigo Chagas e Gabriela Amorim