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Adolescente é o 36° menor morto por Israel na Palestina este ano; total em 2023 chega a 204

Governo palestino diz que israelenses abriram fogo contra o garoto e impediram socorro médico

São Paulo |
Um idoso palestino levanta uma bandeira nacional durante confrontos com as forças israelenses - JAAFAR ASHTIYEH / AFP

Soldados israelenses mataram um adolescente de 15 anos ao sul do território palestino ocupado da Cisjordânia, nesta terça-feira (01). A informação foi dada pelo Ministério da Saúde palestino. Segundo o órgão, os militares abriram fogo contra o garoto e impediram que uma equipe médica prestasse socorro.

Mohammad Farid al-Za'areer morava na vila de Eshtmou. Sua morte eleva o levantamento feito pela Agência de Notícias Francesa - AFP, que indica que ao menos 204 palestinos foram mortos por militares israelenses em 2023. Destes, 36 eram crianças.

Segundo as forças israelenses, Mohammad tentou intimidar os soldados com uma faca, ao ser abordado em um ponto de ônibus. Ao serem ameaçados, os militares reagiram matando o adolescente.

O crescente número de palestinos faz de 2023 um dos anos mais sangrentos na região. Para Arturo Hartmann, doutor em Relações Internacionais e membro do Centro Internacional de Estudos Árabes e Islâmicos (CIEAI) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), esse aumento se dá ao mesmo tempo em que a extrema direita ocupa o poder em Israel.

Contudo, pontua Hartmann, existe uma violência estrutural e essa é a base do problema, da qual ele denomina estrutura de projeto colonial sionista. O Sionismo é um movimento político nacionalista que defende um Estado judeu soberano sobre as terras da Palestina. Para o professor, uma Israel mais conservadora fortalece este movimento.

“Quando você tem uma ofensiva, uma aceleração, modos mais violentos. Isso culmina em mais violência. De um lado, você tem a ofensiva colonial israelense. Em contraposição, a defesa e resistência Palestina. O resultado disso são mais mortes”, afirma Hartmann.

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho