A Jornada Mundial da Juventude - JMJ, evento da Igreja Católica, chegou ao fim neste fim de semana. Este ano, realizada em Portugal, de 1º a 6 de agosto, a celebração contou com a presença do Papa Francisco, que, em seus discursos, para milhares de pessoas, deu ênfase para a inclusão, afirmando que a igreja deve ser um lugar para todos.
O Papa também deu uma entrevista, antes da Jornada, à revista Vida Nueva, publicada na última sexta-feira (4), onde afirmou que mulheres trans também são filhas de Deus. E contou sobre a visita de um grupo delas ao Vaticano.
“Elas saíram chorando, dizendo que eu havia dado a mão a elas, um beijo... Como se eu tivesse feito algo excepcional com elas. Mas são filhas de Deus! Ele gosta de você assim”, disse o pontífice.
A entrevista e seus discursos durante a JMJ, indicam a predisposição do papa argentino em manter as portas abertas à comunidade LGBTQIAPN+.
"Dialogar com todos é algo que Jesus nos ensinou. E digo mais: quando alguém se fecha ao diálogo, é sinal de fraqueza. Se a Igreja não tem isso que Jesus ensinou, não é Igreja. Todos têm de se sentir escolhidos", pontuou o Papa Francisco.
Outro tema presente durante na JMJ, foram os abusos sexuais cometidos na Igreja. Um relatório publicado em fevereiro indicou que cerca de 5 mil crianças e adolescentes foram vítimas de membros da Igreja Católica em Portugal desde 1950. Mais de 70% dos abusadores eram padres. A apuração foi feita por uma comissão independente criada a pedido da Comissão Episcopal Portuguesa.
Na terça-feira (2), Francisco se reuniu à portas fechadas com 13 vítimas de abusos praticados por integrantes da igreja no país. Em uma missa antes do encontro, Francisco afirmou que a igreja precisa de uma purificação em razão dos "escândalos que desfiguraram o seu rosto" - uma alusão aos casos de abuso sexual encobertos pelo Vaticano.
Edição: Rodrigo Durão Coelho