Mulheres das cidade, do campo, da floresta e das águas vão marchar até Brasília em mais uma edição da Marcha das Margaridas, mobilização histórica que também conta com a participação de companheiras da América Latina. A previsão desta sétima marcha é que o evento reúna cerca de 100 mil mulheres na capital federal para reivindicar direitos e melhorias sociais para todas.
"Há uma expectativa muito grande, a gente disse que a última marcha de 2019 foi a marcha da resistência e essa é a da reconstrução do Brasil, da retomada das políticas públicas, dos programas e dos espaços institucionais que a gente havia perdido. Até porque na última a gente não entregou uma pauta para o governo e nessa a gente conseguiu entregar há mais de um mês. Eles estão tendo tempo para analisar e há uma expectativa de ouvir uma resposta positiva em relação aos anseios das trabalhadoras rurais, das florestas e das águas, dos quatro cantos desse país,", conta Maria José Moraes Costa, secretaria de mulheres e trabalhadoras rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG). Ela também é uma das coordenadoras da Marcha das Margaridas que terá início no dia 15 de agosto.
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A pauta com as demandas delas foi entregue ao governo federal durante evento com a participação de 13 ministras e ministros de Estado, no Palácio do Planalto, no dia 21 de junho. No mesmo dia também foi entregue a pauta voltada ao Legislativo para o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira.
Entre as demandas está a democratização do acesso a terra, ações que promovam a alimentação saudável a partir da agroecologia para a soberania alimentar e o acesso a salário maternidade, aposentadoria e auxílios doença através do INSS. "A gente também traz o debate com relação ao fim da violência contra as mulheres, nós sabemos que o Brasil esta com números altos de feminícidio, então é uma pauta forte que a gente traz nesse momento."
As mulheres são fundamentais para a preservação das florestas e do meio ambiente, defende Mazé. Um dos eixos temáticos que sustenta as propostas das Margaridas gira em torno da questão ambiental e da justiça climática. Dados de uma pesquisa realizada pela Contag também mostra que a agricultura familiar representa a 8ª maior produção de alimentos do mundo, com efetiva participação de mulheres.
Em diálogo com as Margaridas, o presidente Lula se comprometeu em ouví-las e ainda afirmou que quer atender pelo menos 99% das demandas trazidas por elas. A sinalização do presidente traz esperanças para elas que devem sair de vários pontos do país rumo a Brasília no início da semana que vem. "Para a gente a expectativa é muito boa de que possa ter anuncios para as mulheres."
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A 7ª Marcha das Margaridas também contará com diversas atividades simultâneas, com oficinas, debates, rodas de conversa, exibição de vídeos, práticas integrativas e complementares em saúde, apresentações culturais, plenárias, entre outras. A abertura política será no dia 15, às 17 horas, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília.
A Marcha é inspirada na vida e luta de Margarida Maria Alves, trabalhadora rural e líder sindical que esteve a frende do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, por 12 anos, rompendo e desafiando padrões de gêneros impostos para esse tipo de atuação. Margarida defendeu e lutou incansavelmente por direito à terra, pela reforma agrária, por educação, por igualdade e por uma vida digna aos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Por causa de sua atuação, foi assassinada em 12 de agosto de 1983 na porta de sua casa e se tornou símbolo da luta por melhores condições, por justiça e igualdade.
Amazônia de pé
A edição do programa Bem Viver desta quarta-feira traz momentos especiais da cobertura da Cúpula da Amazônia, que começou nesta terça-feira em Belém, no Pará. O presidente Lula convocou esse encontro com o objetivo de obter uma posição conjunta pela preservação ambiental dos líderes de todos os países onde tem a presença da floresta amazônica. Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru, Venezuela, Equador, Suriname e o Brasil devem assinar uma cooperação regional para a proteção do bioma. O documento vai ter o foco nas mudanças climáticas e a redução das emissões de CO2.
A ideia é que esses países amazônicos cheguem unidos nas negociações da 28ª Conferência da ONU para as Mudanças Climáticas, a chamada COP-28, prevista para ocorrer no final de novembro deste ano, nos emirados árabes.
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"Desde que o Tratado de Cooperação da Amzônia foi assinado em 1978, os chefes de estados só se encontraram 3 vezes, em 1989, 1992 e em 2009, todas elas em Manaus. É a primeira vez que nos reunimos aqui no Pará e é a primeira vez num contexto de severa crise climática. Nunca foi tão urgente retomar e ampliar essa cooperação. Os desafios da nossa era e as oportunidades que surgem demandam ações conjuntas", disse o presidente Lula em sua fala durante o evento. O presidente também afirmou que "a história da Aazônia será medida entre antes e depois da Cúpula."
Exclusivo
O subprefeito de São Paulo Rafael Dirvan Martinez Meira praticou nepotismo ao nomear a cunhada em seu gabinete. Rafael é subprefeito dos distritos de Aricanduva, Formosa e Carrão, bairros na zona leste da capital paulista e empregou Bárbara Freire Mendes da Silva. O repórter Igor Carvalho apurou que a servidora tem salário mensal de cerca de R$ 9.500,00.
Em resposta ao Brasil de Fato, a Prefeitura de São Paulo informou que o trabalho diário de Barbara Freire “se delimita ao assessoramento jurídico para unidade, elaboração de pareceres jurídicos, atendimento das demandas do Ministério Público, Procuradoria Geral do Município, atendimento aos munícipes e outros.”
A Prefeitura afirmou, ainda, que a nomeação de Barbara Freire é legal por estar em acordo com o Decreto 7.203, de 2010, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu segundo mandato.
Mas não é verdade. O decreto legisla sobre as nomeações feitas apenas pela “Presidência da República, compreendendo a Vice-Presidência, a Casa Civil, o Gabinete Pessoal e a Assessoria Especial; os órgãos da Presidência da República comandadas por Ministro de Estado ou autoridade equiparada; e os Ministérios.”
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Edição: Camila Salmazio
