Rússia e Ocidente

Rússia envia tropas para a fronteiras com Finlândia e Polônia, elevando a tensão na Europa

Polônia também anuncia aumento de presença militar na fronteira com Belarus por causa do grupo Wagner

São Paulo |
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, participa da parada militar do Dia da Vitória, em 9 de maio, em Moscou, ao lado do ministro da Defesa, Serguei Shoigu. - Kremlin

O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, anunciou nesta quarta-feira (9) que o país reforçará os agrupamentos de tropas nas fronteiras ocidentais com a Finlândia e Polônia. 

De acordo com o ministro, cerca de 360 mil militares de países do Leste Europeu estão posicionados nas fronteiras da Rússia e de Belarus. Ambos os países formam o Estado da União, entidade supranacional de integração política. 

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Shoigu destacou que as ameaças à segurança da Rússia nas direções oeste e noroeste aumentaram por conta do processo de integração da Finlândia e da Suécia à Otan.  

"Um sério fator desestabilizador é a entrada da Finlândia e, no futuro, da Suécia, à Otan. Depois que Helsinque se juntou à aliança, a fronteira terrestre da Rússia com os países do bloco quase dobrou", disse ele.

Além disso, Shoigu denunciou o que chamou de "ativa militarização da Polônia", por supostamente aumentar os riscos para a segurança da Rússia. 

"Por exemplo, Varsóvia anunciou recentemente planos para construir "o exército mais poderoso do continente", disse o chefe do departamento militar.

A declaração de Shoigu aparece em meio ao aumento da tensão na fronteira entre a Polônia e Belarus. O Kremlin tem acusado a Polônia de planejar criar uma aliança com a Ucrânia, alegando motivos de segurança, para, na realidade, realizar uma ocupação militar na região ocidental da Ucrânia. 

Sem especificar detalhes e evidências que sustentem essas acusações, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou em meados de julho que a Polônia planeja ocupar o território da Ucrânia e que também estaria almejando terras de Belarus.

"Quanto aos líderes poloneses, eles provavelmente esperam formar algum tipo de coalizão sob o guarda-chuva da Otan e intervir diretamente no conflito na Ucrânia para então 'arrancar' um pedaço mais gordo para si mesmos, para recuperar, como eles acreditam, seu territórios históricos – a atual Ucrânia ocidental", disse Putin.

Edição: Rodrigo Durão Coelho