Segurança?

'Muro de segurança' vai separar favelas da Linha Vermelha no Rio de Janeiro (RJ); moradores falam em 'apartheid carioca'

A obra foi anunciada pelo governador Claudio Castro (PL) na última quarta; estrutura terá 30 centímetros de espessura

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Segundo argumentou o governador, o objetivo é garantir a "segurança" de todos que passam pela pista - Rogério Santana/Governo RJ

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), anunciou na noite da última quarta-feira (9) a construção de um muro nas laterais Linha Vermelha. Ele terá 30 centímetros de espessura e, segundo argumentou o governador, o objetivo é garantir a "segurança" de todos que passam pela pista.

De acordo com o governo do estado, as obras devem durar 90 dias e serão feitas entre 22h e 5h de dias úteis.

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Os muros vão ser construídos no trecho que vai da Ilha do Governador até o acesso à Rodovia Presidente Dutra, já na Baixada Fluminense. "Serão 30 km de obras e um recapeamento total. Vamos reforçar as laterais, e um muro em locais onde são considerados de risco. Um muro de 30 cm para que a gente possa garantir a segurança de todos que passam por aqui", disse o governador à imprensa.

Uma polêmica em torno da construção de "proteção" na Linha Vermelha já foi debatida na cidade do Rio quando em 2016 as placas que separam a via do Complexo da Maré receberam painéis decorados para as Olimpíadas. Na época, moradores disseram que o objetivo da prefeitura era "esconder a favela".

Agora, novamente a construção em formato de muro está sendo questionada. Nas redes sociais, a comunicadora popular Gizele Martins, moradora da Maré, disse que o muro representa o apartheid carioca.

"Muro da vergonha, muro do apartheid carioca. O racista do governador quer completar o que o tal prefeito fez décadas atrás. Quer construir mais muros pra esconder pobre, negro e favelado…", destacou na postagem. 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse