O ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, reagiu hoje (13) a críticas feitas a ele pelo ex-ministro Almir Pazzianotto sobre operação da Polícia Federal (PF) contra o general Mauro Lourena Cid. Pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o militar foi um dos alvos de ação da PF nesta sexta-feira (11) no âmbito de investigações sobre a venda de joias e presentes oficiais.
Por meio de uma rede social, Pazzianotto afirmou que “Flávio Dino comete grave erro estratégico ao determinar a invasão da residência de um general quatro estrelas por agentes da Polícia Federal. A violência desnecessária atinge oficiais da ativa e da reserva. O comandante do Exército foi ouvido e concordou?”, questionou o ex-ministro neste sábado (12).
Chefe da Polícia Federal, Dino negou que tenha havido “invasão”, conforme palavras do ex-ministro do Trabalho. “Eminente ministro, em respeito à sua história, esclareço que não houve ‘invasão’. A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão, expedido pelo Poder Judiciário, nos termos da Constituição e do Código de Processo Penal”, respondeu.
Suspeitos com farda ou não devem ser investigados
O ministro da Justiça aproveitou para elogiar a ação e o trabalho dos agentes da PF. “Certamente o senhor concorda que todos os indícios de crimes devem ser investigados, independentemente de trajes civis ou militares. Aproveitando o ensejo, presto homenagem à Polícia Federal, que tem cumprido as leis e as ordens judiciais com dedicação e seriedade”.
O general foi alvo na Operação Lucas 12:2, que faz parte de investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal que inclui a venda de joias do patrimônio público pelo governo Bolsonaro. Ao todo foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Brasília, Niterói e São Paulo.
As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais” em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal.
Pai de Mauro Cid é amigo de Bolsonaro de longa data
Amigo de Bolsonaro desde a Academia Militar das Agulhas Negras, o pai de Mauro Cid, general Mauro Cesar Lourena Cid, teria tentado vender nos Estados Unidos joias recebidas pelo ex-presidente em viagens oficiais.
Segundo a PF, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e assim incorporado ao patrimônio pessoal dos investigados. Tudo sem passar pelo sistema bancário para ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
Para a PF, há indícios de atuação de uma associação criminosa em torno do ex-presidente. Os fatos investigados configuram