MARGARIDAS

Após 40 anos de seu assassinato, Margarida Maria Alves continua viva na luta das mulheres

Em 12 de agosto de 1983 tombaram o símbolo da resistência feminina do movimento sindical e camponês da Paraíba

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Realizada desde o ano 2000, a Marcha das Margaridas é a maior ação conjunta de mulheres trabalhadoras da América Latina - Foto: Fernanda Correia/MAB

O assassinato de Margarida Maria Alves, ocorrido em 12 de agosto de 1983, foi um crime político que abalou o movimento sindical, principalmente as mulheres na Paraíba. A líder sindical era uma incansável defensora dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais.

Rompendo com padrões tradicionais de gênero, participou do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande por 23 anos como tesoureira e presidente. Em sua gestão, o sindicato moveu mais de 600 ações trabalhistas, fazendo denúncias de desrespeito às leis trabalhistas, contra as usinas de cana de açúcar da região. Um de seus principais lemas era: “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”.

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Foi brutalmente assassinada na porta de sua casa, em 12 de agosto de 1983, na frente de sua família, com um tiro no rosto. Os assassinos nunca foram condenados. Dos envolvidos, apenas Zito Buarque foi julgado. Ele ficou preso por três meses, tendo sido absolvido em 2001 em João Pessoa. Desde então, Margarida tornou-se um símbolo nacional de força e coragem para mulheres e homens do campo, da floresta e das águas. 

É em nome dessa luta que a cada quatro anos, no mês de agosto, milhares de mulheres de todos os cantos do país e de outros 26 países marcham em Brasília, num clamor por justiça, igualdade e paz no campo e na cidade. Realizada desde o ano 2000, a Marcha das Margaridas é a maior ação conjunta de mulheres trabalhadoras da América Latina.

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Museu faz resgate histórico

A casa onde morava Margarida Maria Alves e sua família tornou-se um museu onde estão expostos instrumentos que lembram a luta dos trabalhadores rurais, fotografias, jornais que noticiaram o assassinato (fato de grande repercussão Nacional e Internacional), cartas, depoimentos, certidões de nascimento, casamento e óbito, utensílios pessoais de Margarida, objetos da casa, documentos, fotografias, cartazes, livros, Dvds, e outros itens.

O Museu-Casa Margarida Maria Alves também é a sede da reunião das “Mulheres do Brejo”, movimento de trabalhadoras rurais de Alagoa Grande.


Museu-Casa Margarida Maria Alves / Foto Reprodução

 

 

Fonte: BdF Paraíba

Edição: Cida Alves