Nesta terça-feira (15), Celso Amorim, chefe da Assessoria Especial da Presidência do Brasil, manteve uma reunião bilateral com Bruno Rodriguez, Ministro das Relações Exteriores de Cuba. O encontro, que aconteceu em Havana, faz parte dos esforços do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para normalizar as relações diplomáticas entre Brasil e Cuba.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Cuba, a reunião se concentrou em áreas de interesse mútuo ligadas ao comércio entre os dois países. Principalmente em áreas como biotecnologia, produção de vacinas e alimentos, turismo e energia.
Como resultado da maior abertura econômica de Cuba, durante os últimos anos, vários setores empresariais do Brasil tornaram-se cada vez mais interessados em manter laços econômicos com a ilha. Com o objetivo de facilitar as relações, a embaixada brasileira em Cuba promoveu uma série de seminários para informar os empresários sobre essas mudanças e novas oportunidades de negócios.
Sostuve fraterno encuentro con Celso Amorim, jefe de la Asesoría Especial del Presidente de Brasil.
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) August 16, 2023
Reafirmamos la voluntad de fortalecer las relaciones bilaterales 🇨🇺🇧🇷 y aprovechar potencialidades existentes. pic.twitter.com/AH0CCYTP0B
Nesse contexto, após anos de distanciamento por parte do governo Bolsonaro, que colocou em crise os princípios históricos da política externa independente do Itamaraty - em favor de um alinhamento com os interesses dos EUA -, espera-se que a normalização das relações entre os dois países melhore o clima de negócios, abrindo mais facilidades de investimento para o capital brasileiro.
No entanto, o bloqueio imposto contra Cuba, assim como a inclusão da ilha na lista dos EUA de "países que promovem o terrorismo", dificultam as possibilidades de investimento do Brasil em Cuba. Isso cria obstáculos e sanções para empresas que queiram fazer negócios com Cuba.
O bloqueio imposto pelos EUA é sistematicamente criticado pela comunidade internacional, na ONU, como uma violação do direito internacional. Da mesma forma, a recente campanha de assinaturas promovida por diversos coletivos sociais e políticos na plataforma CubaVive.info busca pressionar os EUA a retirar Cuba da lista de países que promovem o terrorismo.
Desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve vários sinais para normalizar as relações diplomáticas com Cuba após seis anos de deterioração. Em maio, uma delegação de legisladores brasileiros visitou Havana com o objetivo de ampliar e fortalecer os laços entre parlamentares. Em junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma reunião com seu colega cubano Miguel Díaz-Canel em Paris.
Edição: Rodrigo Durão Coelho