Em entrevista ao O Estado de S. Paulo, o advogado Cezar Bitencourt, que fará a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, disse que seus honorários são caros e que cobrou “próximo dos milhões” do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República.
Perguntado pelo diário paulista se faria uma defesa pro bono (sem custo) para Cid, o advogado negou. “Não, claro que não. Não é verdade. Não tenho que falar [o valor]. Os meus honorários eu falo para a Receita Federal.”
Em seguida, questionado sobre o valor final acertado com seu cliente, respondeu que “não é barato” e que o custo final estaria “próximo dos milhões”. “Mas não vamos falar em valores. Isso é entre o advogado e o cliente.”
:: Advogado de Bolsonaro afirma que ex-presidente não recebeu valores em espécie de Mauro Cid ::
De acordo com o Portal da Transparência, Mauro Cid recebe um salário mensal de R$ 26,6 mil. Seu pai, Mauro Lorena Cid, general da reserva, recebe R$ 36,6 mil.
Versões
Ainda na entrevista para O Estado de São Paulo, Bitencourt falou sobre a estratégia adotada pela defesa do militar. “Eu vou dar 20 ou 30 versões, posso dizer o que quiser. A versão da defesa, efetivamente, vai vir nos autos. Não é questão de mudar. Imagine se eu tivesse que ficar preso com uma informação que eu dei? A defesa técnica eu faço no processo. Eu falo sobre fatos para jornalistas, não vou falar sobre defesa técnica.”
Em outro trecho, Bitencourt confirmou que Mauro Cid mudou sua versão, após a entrevista para a revista Veja, quando disse que confessaria o crime e diria que Bolsonaro mandou vender as joias.
“Teve uma pequena mudança de redação. Teve, sim. A defesa eu não mudei porque eu não fiz a defesa ainda, isso eu vou fazer nos autos. Eu tô dando informações. Não é aquilo que a gente fala para a imprensa que a gente coloca no processo”, finalizou.
Edição: Vivian Virissimo