A advogada Luisa González, ligada ao ex-presidente Rafael Correa, e o direitista Daniel Noboa, disputarão o segundo turno da eleição presidencial equatoriana, indicam resultados preliminares divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) neste domingo (20). Os dados mostram os dois candidatos com 33% e 24%, respectivamente.
Em terceiro lugar está o jornalista Christian Zurita, com 16,3%. Zurita aparece na lista de candidatos como substituto de Fernando Villavicencio, assassinado no dia 9 de agosto deste ano, a duas semanas da eleição. Logo atrás está o direitista Jan Topic (14,6%). Otto Sonnenholzner, de centro, ficou com 6,9% dos votos; e o líder indígena Yaku Pérez, com 3,7%.
A execução de Villavicencio deixou a temperatura elevada nas eleições equatorianas. No dia seguinte à morte do presidenciável, o carro da candidata à Assembleia Nacional do país Estefany Puente foi alvo de tiros na cidade de Quevedo, mas ela sobreviveu. Uma semana depois, outra liderança política do país, Pedro Briones, também foi assassinado.
Na véspera das eleições, Luisa González lamentou os episódios e afirmou que o Equador vive “a época mais sangrenta de sua história”. A candidata ainda criticou o atual presidente, Guillermo Lasso.
“O Equador vive sua época mais sangrenta. Devemos isto ao abandono total de um governo inepto e a um Estado tomado pelas máfias. Meu abraço solidário à família do companheiro Pedro Briones, tombado pelas mãos da violência”, escreveu González.
Apenas um ano depois de Lasso ter chegado ao poder, o Equador chegou aos índices mais elevados de homicídios de sua história. Em 2023 a situação se deteriorou, e a taxa de assassinatos no país atingiu 40 mortes por 100 mil habitantes. Somente de janeiro a junho deste ano foram registrados 3.513 desses crimes, um aumento de 58% comparado ao mesmo período de 2022.
::Candidato assassinado e estado de exceção: o que está acontecendo no Equador?::
As eleições presidenciais no Equador deveriam ocorrer em 2025, mas foram antecipadas para este ano, após Lasso acionar uma cláusula constitucional conhecida como “morte cruzada”, que prevê que a Assembleia Nacional seja dissolvida e o pleito eleitoral antecipado.
A medida foi acionada após membros da Assembleia Nacional pedirem o impeachment de Lasso por supostamente ter participado de um esquema de peculato. Assim sendo, o candidato eleito neste domingo cumprirá o ano e meio restante de mandato do atual presidente e poderá buscar a reeleição em 2025.
Edição: Patrícia de Matos