Neste domingo (20) acontece o segundo turno das eleições da Guatemala - com a disputa de dois nomes da esquerda moderada - e o cenário apresentado pelas pesquisas indica um amplo favoritismo do candidato Bernardo Arévalo, do Movimento Semente.
A última sondagem, publicada nesta quinta-feira (17/08) pelo diário Prensa Libre, mostra que Arévalo tem 64,9% das intenções de voto (considerando os votos válidos), contra 35,1% da sua adversária, Sandra Torres, do partido Unidade Nacional pela Esperança (UNE).
Em outra pesquisa publicada esta semana – mais precisamente nesta segunda-feira (14/08), pelo instituto Gallup –, Arévalo aparece com 50% das intenções de voto, contra 32% de Torres. Diferente do estudo do Prensa Libre, o do Gallup revelou as intenções de voto totais, sem descontar os 3% de votos brancos e nulos e 15% de indecisos.
Contexto político
No primeiro turno, em 25 de junho, Torres foi a mais votada, com 21,1% de votos, enquanto Arévalo ficou em segundo lugar, com 15,5%.
O cenário do segundo turno foi considerado inusitado para um país como a Guatemala, historicamente dominado por setores de direita.
É importante destacar, porém, que tanto Torres quanto Arévalo são ligados a setores de esquerda moderada.
A candidata do UNE é empresária do setor têxtil e seu discurso está focado em fomentar a industrialização do país – e em promover o crescimento da economia e do emprego a partir disso.
Por sua parte, o representante do Movimento Semente propõe um projeto de desenvolvimento baseado na “economia verde” e defende uma maior aproximação do país com setores progressistas dos Estados Unidos e da União Europeia – postura similar à do presidente chileno Gabriel Boric.
Também é importante lembrar que Torres disputa o segundo turno das eleições pela terceira vez. Em 2015, ela perdeu contra Jimmy Morales (65,4% contra 34,6% a favor do candidato liberal, que se elegeu presidente).
Em 2019, na disputa contra o conservador Alejandro Giammattei, Torres teve outra derrota, por menor diferença de votos (57,9% contra 42,1% a favor do atual mandatário).