A União Africana anunciou nesta terça-feira (22/08) a suspensão do Níger como membro do bloco continental.
A resolução tem efeitos imediatos e é a mais recente de uma série de sanções impostas ao país desde o levante ocorrido no dia 26 de julho, que levou ao fim do governo de Mohamed Bazoum e sua substituição por uma junta militar liderada pelo general Abdourahamane Tchiani.
A decisão de suspender o Níger foi tomada em reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, realizada na sede principal da entidade, em Adis Abeba, capital da Etiópia.
A suspensão do Níger acontece dias depois de a própria União Africana manifestar seu rechaço a uma possível intervenção militar no país por parte dos integrantes da Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao), em iniciativa impulsionada sobretudo pelo governo da Nigéria. O organismo que reúne as 55 nações do continente disse defender uma solução dialogada para o conflito.
No comunicado através do qual a União Africana manifestou seu rechaço a uma possível intervenção no Níger, se destaca o trecho no qual se diz que “deve ser repudiada veementemente qualquer interferência externa de qualquer partido ou país nos assuntos do continente, e isso inclui empresas militares privadas”.
A declaração foi considerada como uma referência à presença em território nigerino de mercenários da empresa militar russa Wagner PMC (ou Grupo Wagner, como é mais conhecido), que estariam apoiando os setores das Forças Armadas do país que organizaram o levante com treinamento e fornecimento de armas, além de auxiliar nas operações contra grupos terroristas no interior do país – uma dos principais problemas do Níger atualmente, e que foi citado como principal justificativa para a derrubada do governo de Bazoum.