Nos últimos dias, as expectativas da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro se agitaram ante os escândalos e confirmações das afirmações de Mauro Cid, seu ex-assessor, e de Delgatti Neto, hacker.
De um lado, um esquema escandaloso de apropriação de joias e presentes milionários de outros países, vendidas ilegalmente no mercado internacional. De outro, afirmações que o próprio Bolsonaro, via deputada Carla Zambelli, havia contratado o hacker para violar o sistema eleitoral, em mais um intento golpista.
Os fatos graves indicam alta probabilidade de condenação do ex-presidente, caso confirmados. Mas sua prisão preventiva só será configurada caso ocorra alguma tentativa de fuga, ameaça de testemunhas ou tentativa de intervenção nas investigações por Bolsonaro.
As ilegalidades foram tantas e se somam ao desgaste com parte da sociedade que já havia percebido outros crimes cometidos abertamente em seu (des)governo, a começar pelo genocídio diante da pandemia e pelo ataques comuns à democracia brasileira.
Ainda que Bolsonaro esteja à porta da prisão, ela deve ocorrer quando houver avanço processual e condenação ou então preventivamente a partir de eventuais deslizes do ex-presidente. Contudo, o desgaste de sua imagem e o declínio de sua aprovação é fundamental. Mais que isso, é fato que o projeto do bolsonarismo só será definitivamente derrotado com mobilização e melhorias sociais.