Em um contexto onde há uma formação insuficiente para cuidado das pessoas trans, travestis, gays, lésbicas, bissexuais e outros, e onde há desconhecimento de aspectos relacionados à identidade de gênero e à orientação sexual, os processos de exclusão a partir de condutas baseadas em pré-conceitos são predominantes e limitam o acesso das pessoas LGBTQIAPN+ nos serviços de saúde.
Segundo dados apresentados no XIX Seminário LGBTQIA+ do Congresso Nacional, o Brasil é o país com o maior número de assassinatos dessa população; e dados do Grupo Gay da Bahia (GGB) em parceria com a Aliança Nacional LGBTI+ apontam que, em 2021, ocorreu uma morte notificada dessa população a cada 29 horas. O preconceito atinge, sobretudo, com mais intensidade os indivíduos de raça negra.
Nesse episódio abordamos como o preconceito, o desconhecimento ou a falta de informação limitam a condução clínica e o acolhimento dessas pessoas pelos profissionais da saúde, e debatemos o predomínio de estigmas na oferta de cuidados a esse grupo e a predominância do cuidado centrado em uma visão relacionada e limitada ao tratamento de infecções sexualmente transmissíveis.
Também é debatido a necessidade de existência de serviços específicos para esse público, e a necessidade de expansão das políticas públicas de acesso à profilaxias de prevenção da transmissão do HIV, sobretudo na atenção primária à saúde.
Ouça aqui:
O episódio aponta reflexões necessárias e experiências exitosas no cenário do SUS, mas também enormes iniquidades ainda enfrentadas por essas pessoas no acesso à saúde. Contamos com as excelentes participações das/os médicas/os de família e comunidade Thiago Cherem e Bianca Silveira, profissionais com experiência no tema.
Participaram ainda Marco Túlio Pereira e Rodrigo Alves Rodrigues pelo podcast Medicina em Debate.
Edição: Camila Salmazio