A 46ª Expointer, que ocorre no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), iniciou no último sábado (26) e se estenderá até o próximo domingo (3). É considerada a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina e, além das atividades para o setor agro, conta com a participação da produção camponesa da reforma agrária, no Pavilhão da Agricultura Familiar, um dos espaços de maior procura dos visitantes e que neste ano terá o maior número de expositores da história do evento.
O Pavilhão da Agricultura Familiar completa 25 anos em 2023 e contará com 372 empreendimentos, dos quais 73 estarão pela primeira vez no espaço, 148 são conduzidos por mulheres e 87 por jovens. Lá é possível encontrar produtos coloniais de agroindústrias, cozinhas para alimentação, além de flores e artesanato. Há também comercialização de sementes e mudas por pequenos produtores e entidades das reforma agrária.
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Membro da comissão organizadora do Pavilhão da Agricultura Familiar, representando a Via Campesina, Djones Roberto Zucolotto, conta que os movimentos do campo estão com oito bancas neste ano. Uma delas será de alimentação e vai servir arroz carreteiro da reforma agrária, feito com o arroz agroecológico produzido sobretudo em assentamentos da região Metropolitana de Porto Alegre. Terá ainda bancas para quem quiser beber na hora suco natural e caldo de cana, com cana orgânica produzida por uma família de Nova Santa Rita (RS), segundo Djones.
A Via Campesina também comercializará sementes agroecológicas da Cooperativa Agroecologica Nacional Terra e Vida (Coonaterra), a BioNatur, que historicamente participa da Expointer. Além disso, traz produtos como carne e embutidos, salame e banha, arroz orgânico e panificados, queijos e iogurtes produzidos por associações e cooperativas de assentados de diversas regiões do estado. “A gente tem um cálculo aproximado de que cerca de 800 famílias têm vínculo direto com essas cooperativas representadas nas bancas na Expointer esse ano”, comenta.
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Segundo ele, a expectativa é de superação das vendas do ano passado. Porém, mais do que isso, é oportunidade para divulgar os produtos da reforma agrária para a população. “A gente fala em reforma agrária popular, da questão do acesso à terra, da produção de alimentos, e não é só produzir alimentos, mas produzir alimento saudável para a população, para a sociedade, respeitando a natureza, o meio ambiente, respeitando a vida”, pontua o representante da Via Campesina.
Alem da Via Campesina, a comissão que compõe a organização do Pavilhão da Agricultura Familiar é composta pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (SDR), a Emater/RS-Ascar, a Fetag/RS e Fetraf/RS.
* Com informações da Ascom da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira