Dois carros-bomba explodiram em Quito, capital do Equador, entre a noite desta quarta-feira (30) e a madrugada desta quinta-feira (31). Segundo a Polícia equatoriana, as ações se tratam de atentados que visavam o antigo prédio do Serviço Nacional de Atenção Integral a Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI), instituição responsável pelas prisões do país.
De acordo com o diretor de investigação antidrogas da Polícia, Pablo Ramírez, os ataques ocorreram em resposta a uma transferência de prisioneiros realizada nesta quarta-feira. O ataque não deixou mortos nem feridos.
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O Equador vive uma onda de violência em meio ao processo eleitoral presidencial, que atingiu seu ponto máximo após o assassinato a tiros do candidato à Presidência Fernando Villavencio no dia 9 de agosto.
Na manhã desta quinta-feira, o ministro da Segurança do Equador, Wagner Bravo, disse que os ataques "querem amedrontar o Estado para evitar que sigamos cumprindo com a função das Forças Armadas e da Polícia para controlar os centros penitenciários".
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De acordo com a Polícia, seis pessoas foram presas por conta dos ataques das últimas horas. Elas teriam antecedentes criminais que envolvem roubo, extorsão e assassinato.
Os ataques ocorreram logo depois de uma operação policial e militar na prisão de Latacunga, localizada a cerca de 70 km da capital Quito, sob a justificativa de apreender armas ilegais dentro do centro de detenção. A ação teria desencadeado rebeliões em outras duas prisões, nas regiões andinas de Cuenca e Azogues.
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Segundo a imprensa local, os três centros prisionais seriam controlados pelo grupo criminoso Los Lobos, facção que assumiu a autoria do atentado que matou o candidato presidencial Fernando Villavencio.
Violência e eleições
A onda de violência que atingiu o país durante a campanha eleitoral no Equador continua antes do 2º turno presidencial, que deve ocorrer no dia 15 de outubro.
Cinco dias após a morte de Villavencio, o dirigente político Pedro Briones, do partido Revolução Cidadã, foi assassinado a tiros. O atentado foi confirmado pela candidata presidencial do mesmo partido, Luisa González, que classificou a onda de violência como "uma era sangrenta".
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González, que vai enfrentar o empresário Daniel Noboa no 2º turno, pode se tornar a primeira mulher presidente do Equador e marcar o retorno do progressismo ao país. Nos últimos anos, os governos do ex-presidente Lenín Moreno e do atual mandatário Guillermo Lasso trouxeram políticas de direita ao país.
Foi durante esses mandatos que o país viu o crescimento de grupos do narcotráfico e, consequentemente, um aumento dos níveis de violência.
Edição: Patrícia de Matos