21 anos de história

Contra ameaça de despejo, Comuna Irmã Alberta, em São Paulo, realiza ato neste sábado

Espaço é o único território de reforma agrária na capital paulista; terreno pertence à Sabesp

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Atividade de plantio de árvores realizada em 2020 por famílias integrantes da comuna - Divulgação/MST

Famílias que vivem na Comuna da Terra Irmã Alberta, em Perus, na região Noroeste de São Paulo, realizam ato neste sábado (2) contra ameaça de despejo. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), proprietária formal do terreno, entrou com ação para recuperar a área, que está ocupada há 21 anos. O local é o único território de reforma agrária na capital paulista. 

Um aviso sobre a ação de despejo foi entregue na última semana por um oficial de justiça. O Judiciário, porém, ainda não concedeu a liminar, o que permite às famílias que se organizem para resistir. Nesse contexto, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) destaca que todo apoio recebido é fundamental.

 

 

Nos últimos dias, representantes da Comuna foram recebidos pela Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e apresentaram reivindicação para que intercedam junto à companhia de saneamento em busca de uma solução.

A manifestação deste sábado está marcada para as 15h. Além de um ato ecumênico, haverá uma vigília cultural e serão divulgados detalhes sobre o andamento do processo. Parlamentares e representantes de movimentos populares são aguardados para manifestar apoio às famílias.

A área da Comuna tem cerca de 100 hectares, onde são cultivados alimentos como abacate, mandioca e uva. O terreno, que seria destinado a uma espécie de lixão, foi ocupado em julho de 2002, a partir de uma articulação junto à Comissão Pastoral da Terra (CPT), com apoio da Irmã Alberta Girardi, lutadora incansável pelos direitos humanos e que viria a morrer em 2018, aos 97 anos.

Edição: Rodrigo Durão Coelho