A economia brasileira cresceu 0,9% no segundo trimestre deste ano ante ao trimestre anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em doze meses, o crescimento foi de 3,2%.
Segundo o Ministério do Planejamento, o resultado superou as expectativas. O órgão citou que economistas do mercado financeiro estimavam crescimento de apenas 0,3% no trimestre.
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O índice é calculado com base no Produto Interno Bruto (PIB) do país. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas numa economia durante um determinado período. No segundo trimestre, ela totalizou R$ 2,651 trilhões.
Essa riqueza vem crescendo há oito trimestres no país. O último recuo foi registrado no segundo trimestre de 2021, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nos primeiros seis meses da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o PIB já cresceu 3,7%.
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No segundo trimestre de 2023, a indústria puxou o crescimento da economia, com aumento da produção de 0,9%. O setor de serviços cresceu 0,6% e veio em seguida.
“O PIB mostra o bom desempenho do setor industrial, influenciado sobretudo pela alta na indústria extrativa, e a continuidade do crescimento do setor de serviços pelo 12º trimestre consecutivo e apresenta uma taxa média anualizada de 4,2% neste período”, comentou o Ministério do Planejamento, em nota.
A agropecuária, que havia crescido 21,6% no primeiro trimestre, agora recuou 0,9%. A queda da produção do setor do setor desacelerou o crescimento da economia como um todo. No primeiro trimestre, o PIB nacional havia crescido 1,8% –resultado ajustado.
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No segundo trimestre de 2023, a taxa de investimento foi de 17,2% do PIB, ficando abaixo da observada no mesmo período de 2022 (18,3%). A taxa de poupança passou de 18,4% no segundo trimestre de 2022 para 16,9%.
O consumo das famílias cresceu 0,9% no segundo trimestre e a despesa do governo, 0,7%. A chamada formação bruta de capital fixo –indicador sobre quanto empresas investiram em máquinas e equipamentos –ficou estável em relação ao trimestre imediatamente anterior.
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“Os componentes da demanda mostram crescimento, destacando o vigor do consumo das famílias, que já cresceu 1,7% em relação ao final do ano passado, e o forte desempenho das exportações, que aumentou mais de 3,0% neste período”, acrescentou o Planejamento.
Segundo o Planejamento, considerando os resultados do início do ano, o PIB brasileiro deve fechar o ano com crescimento de 3%, acima do que o próprio governo previa. “Se não houver elevação da atividade para os outros trimestres do segundo semestre de 2023, o PIB brasileiro irá crescer 3%, superando a atual projeção de mercado que está em 2,3%”.
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Acumulado em 12 meses
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em junho de 2023 cresceu 3,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Os setores que mais cresceram foram agropecuária (11,2%), seguida pela indústria (2,2%) e serviços (3,3%).
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A formação bruta de capital fixo cresceu 1,7%. O consumo das famílias e a despesa do governo tiveram aumentos de 3,9% e 1,4%, respectivamente.
Edição: Rodrigo Chagas