Violência policial

Família de mulher negra e grávida morta pela polícia nos EUA pede responsabilização de agentes

Ta'Kiya Young, de 21 anos, foi atingida a tiros no estacionamento de um supermercado; bebê nasceria em novembro

São Paulo (SP) |
Vítima de ação policial deixa filhos de 3 e 6 anos de idade - Arquivo da família

Após a divulgação das filmagens que mostram a estadunidense Ta'Kiya Young, de 21 anos, ser morta dentro do carro por um policial, a família dela exige responsabilização das forças de segurança.  

A vítima chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu. Ela estava grávida e o bebê também morreu. O caso gerou manifestações por parte da comunidade e o Bureau de Investigação Criminal de Ohio iniciou apuração sobre a ocorrência. 

Segundo comunicado da família, houve abuso de poder e de autoridade. Uma das maiores organizações de direitos das pessoas negras dos Estados Unidos, a NAACP, também pediu punição dos policiais. A entidade quer que o agente que atirou em Young seja demitido. 

Ela tinha previsão de parto para novembro deste ano e foi abordada no estacionamento de um supermercado, na semana passada, no município de Blendon, estado de Ohio. Segundo a polícia, outras pessoas que estavam no local acusaram a mulher de roubar duas garrafas de bebida alcóolica. 

'A PM diz que vai matar 30', denunciam moradores do Guarujá sobre Operação Escudo

As imagens da câmera corporal do agente que atirou nela mostram dois policiais abordando a mulher. Um deles se coloca na frente do veículo apontando uma arma para o para-brisas, enquanto o outro tenta falar com a vítima pela janela do motorista. 

De maneira agressiva, inclusive usando palavrões, eles pedem que ela saia do carro. A mulher responde aos agentes que não roubou nada e se recusa a atender ao pedido. A vítima tenta dar a partida e é alvejada. Após o tiro, o veículo colide com a parede do estabelecimento. 


Imagens foram divulgadas uma semana após a morte da jovem e mostram abordagem truculenta da polícia / Reprodução de imagens divulgadas pela polícia

O advogado da família de Ta'Kiya Young, Sean Walton, afirmou à imprensa estadunidense que vai pedir uma investigação criminal contra o agente que atirou. 

“Ela mal move o veículo - porque nas filmagens vemos que ela praticamente não se move -, não era uma licença para matá-la. Não é só uma violação de políticas, é um assassinato. Assassinato de Ta’Kiya e de sua filha.” 

Guardas municipais agridem entregador de app no Rio e redes sociais lembram caso George Floyd

O assassinato ocorreu no dia 24 de agosto, mas só agora a polícia local liberou as imagens. Ta’Kiya Young tinha outros dois filhos, de 3 e 6 anos de idade. Ela estudava para ser assistente social. Os policiais que participaram da ocorrência foram afastados das atividades, mas apenas o homem que atirou permanece nessa situação. 

Os nomes dos dois não foram divulgados. 

Edição: Raquel Setz