Um ataque a tiros feriu três moradores de comunidades tradicionais do território de Angico dos Dias, em Campo Alegre de Lourdes (BA), no último sábado (02). Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), duas vítimas são moradoras da região, e a outra é um agente da CPT da Diocese de Juazeiro (BA).
Segundo a entidade, um dos atingidos pelos disparos passou por cirurgia neste domingo (3) e segue em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As outras duas pessoas já receberam alta.
As comunidades atribuem o atentado a um grileiro da região. A Polícia Civil investiga se os crimes estão ligados a conflito de terra.
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Ainda na quarta-feira (30), o Fórum de Entidades Populares de Campo Alegre de Lourdes publicou uma carta denunciando uma tentativa de grilagem de terras na região.
No texto, a entidade afirma que “há seis dias, os/as trabalhadores/as rurais estão convivendo com pessoas estranhas em seu território, seguranças particulares armados e ameaças constantes".
A área onde teria ocorrido a invasão fica na divisa com os municípios de Caracol e Guaribas (PI), a cerca de 700 metros da PI-470 e próxima ao Parque Nacional Serra das Confusões.
De acordo com dados levantados pela Comissão Pastoral da Terra, mais 70% do território tradicional das comunidades de Angico dos Dias é ameaçado por processos de grilagem.
As famílias camponesas da região ocupam tradicionalmente o território há mais de 150 anos e são considerados povos de Fundo e Fecho de Pasto.
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Esse modo de vida é exclusivo da Caatinga e se caracteriza pelo uso comunitário da terra e a tradição secular de criar os animais soltos. São contabilizadas mais de mil comunidades tradicionais, todas na região Norte e Oeste da Bahia.
As comunidades têm, também, como característica o uso comunitário da terra por meio da agricultura familiar e mantendo tradições herdadas dos seus antepassados, a exemplo das manifestações culturais e religiosas.
Edição: Geisa Marques