Estudantes de escolas públicas de São Paulo protestaram nesta segunda-feira (4) e pediram a saída do secretário de Estado da Educação do governo paulista, Renato Feder. Feder enfrenta críticas sobre uma tentativa de substituir os livros didáticos por material eletrônico e por erros grosseiros encontrados no material entregue a alunos da rede pública de educação.
O protesto, convocado pelo coletivo Fogo no Pavio, aconteceu junto à sede da empresa Multi, responsável pela marca Multilaser, de propriedade de Feder. O fato de o secretário ser dono de uma empresa já foi alvo de pedido exoneração feito por parlamentares, sob alegação de conflito de interesses.
Os estudantes levaram cartazes e pintaram frases com palavras de ordem pela saída do secretário. "A gestão de Feder tem sido marcada pelos fechamento de negócios com a própria empresa, com a política de fim dos livros didáticos físicos e a piora na qualidade do ensino público. Não dá mais pra aguentar isso!", disse o coletivo em nota nas redes sociais.
Feder já foi secretário de educação do estado do Paraná, onde também teve a atuação questionada. Indicado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas para o cargo análogo em São Paulo, ele foi o responsável pela decisão de recusar livros didáticos enviados sem custo pelo Ministério da Educação com a intenção de adotar material 100% digital. Sob grande pressão, teve de recuar.
O Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para pedir posicionamento sobre o protesto e os pedidos de saída do secretário, mas não obteve retorno. Caso receba resposta, o texto será atualizado.
Edição: Thalita Pires