A PARTIR DE 2025

Dia da Amazônia: Lula anuncia R$ 600 milhões para prefeituras combaterem desmatamento

Em cerimônia no Planalto, presidente homologou duas terras indígenas e criou unidades de conservação no bioma

Brasil de Fato | Lábrea (AM) |

Ouça o áudio:

Lula e ministros anunciaram medidas para ampliar a regularização de terras públicas na Amazônia - Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou apoio financeiro a municípios no combate ao desmatamento na Amazônia e oficializou o reconhecimento de terras indígenas e unidades de conservação no Amazonas, Acre e Roraima. 

Essas e outras medidas foram anunciadas nesta terça-feira (5), Dia da Amazônia, em cerimônia no Palácio do Planalto. O evento reuniu as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, e o ministro Paulo Teixeira, da Agricultura. 

:: Brasil estancou desmatamento da Amazônia, mas ponto de não retorno ainda está próximo ::

"Em 2025 vamos destinar R$ 600 milhões de reais do Fundo Amazônia para municípios que, pelos seus indicadores recentes, são considerados prioritários no combate ao desmatamento e aos incêndios florestais", disse Lula. 

Lula lembrou ainda ativistas que morreram por enfrentar criminosos ambientais na Amazônia, como Chico Mendes, Dorothy Stang, Bruno Pereira e Dom Phillips. "O povo amazônico tem pressa de se ver livre de todas as formas de violência", acrescentou. 

Governo faz "maratona" para regularizar terras sem destinadas, diz Lula

Lula e ministros anunciaram medidas para ampliar a regularização de terras públicas na Amazônia voltadas à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável. Uma delas é reativação da Câmara Técnica de Destinação e Regulação fundiária de Terras Públicas Federais Rurais.

"No governo passado [Bolsonaro], essa câmara era usada para promover o desmatamento na Amazônia. Órgãos que faziam parte, como o Ministério do Meio Ambiente e o Incra, não declaravam interesse nas glebas analisadas. Assim não era possível demarcar terra", salientou o ministro Paulo Teixeira.

:: Sem destinação prevista, um terço da Amazônia pode cair nas mãos do crime ambiental ::

Lula disse que o governo está em um "maratona" para regularizar terras públicas e lembrou que aproximadamente 50 milhões de hectares não têm destinação prevista em lei. "É o equivalente a uma Espanha inteira no meio da floresta. Não faz sentido que o poder público não dê um destino claro a esse verdadeiro país dentro de outro país", afirmou o presidente.

Novas terras indígenas e unidades de conservação 

A terras indígenas homologadas nesta terça-feira (5) são a Rio Gregório, no município de Tarauacá (AC), dos povos Katukina e Yawanawá, e a Acapuri de Cima, na cidade de Fonte Boa (AM), do povo Kokama. Juntas, as áreas totalizam mais de 200 mil hectares. Em abril, Lula havia assinado a regularização de seis territórios indígenas. 

:: Brasil retoma demarcações de terras indígenas após quatro anos de paralisação ::

“Proteger nossos territórios é garantir as vidas indígenas, assegurar a diversidade e o combate as mudanças climáticas”, declarou Sonia Guajajara durante a cerimônia.

Lula assinou a criação da Unidade de Conservação Floresta Nacional do Parima, além da ampliação do Parque Nacional do Viruá e da Estação Ecológica de Maracá, todas em Roraima. Segundo o governo federal, a regularização ajudará a reduzir a pressão de garimpeiros sobre a terra indígena Yanomami (RR).

Edição: Rodrigo Durão Coelho