A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi baleada pouco antes das 22h da quinta-feira (7) quando passava de carro com os pais, uma tia e uma irmã, no Arco Metropolitano, via expressa que cruza cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro. Ela foi atingida na altura de Seropédica, município da Baixada Fluminense, a cerca de 60 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro.
A família tinha passado o feriado no Rio e voltava para Petrópolis, na região serrana, onde mora. O pai, William da Silva, disse que o tiro partiu de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Uma viatura da PRF viu a gente passando e veio atrás. Nessa que eles vieram atrás, até então, não deram sinal para parar, mas estavam muito perto do meu carro. Eu dei a seta e parei, só que nessa que eu parei, eles efetuaram vários disparos, e um pegou na minha filha”, contou. “A polícia foi muito irresponsável em ter feito isso. A vida da minha filha está em jogo”, completou.
Estado grave
A menina foi levada para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Heloísa chegou ao hospital levada por uma viatura da PRF, com perfuração por arma de fogo no crânio, pescoço e ombro.
Segundo a direção da unidade, Heloísa chegou “com rebaixamento de nível de consciência, sangramento ativo no couro cabeludo, sendo sedada e entubada”. A paciente foi avaliada pela Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (Cipe), neurocirurgia e pediatria, com realização de exames de imagem e laboratório. A menina foi encaminhada para o centro cirúrgico e solicitado centro de terapia intensivo (CTI). “Seu estado é grave”, afirma a nota da secretaria.
De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, somente em 2023, 18 crianças foram baleadas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Sete morreram.
Policiais afastados
A PRF informou nesta sexta-feira (8) que três policiais envolvidos no caso foram preventivamente afastados das funções operacionais, "inclusive para atendimento e avaliação psicológica". A corregedoria da PRF apura caso. “A instituição colabora com as investigações da polícia judiciária para o esclarecimento dos fatos", diz o comunicado.
"A PRF expressa seu mais profundo pesar e solidariza-se com os familiares da vítima, assim como está em contato para prestar apoio institucional. A arma do policial que efetuou o disparo foi apreendida", diz a nota.