O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou à China nesta sexta-feira (8) para uma vista oficial que deve se estender pelos próximos seis dias. É a primeira vez que o mandatário visita o país desde 2018 e sua agenda deve incluir uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping.
Pelas redes sociais, Maduro classificou a visita como "histórica" e disse que ela servirá para fortalecer "os laços de cooperação e a construção de uma nova geopolítica mundial".
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Em nota, a Presidência venezuelana informou que o presidente deve abordar "alianças estratégicas em matéria econômica, tecnológica e comercial".
A visita já havia sido confirmada pela porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, na noite desta quinta-feira (7). Segundo a diplomata, as relações entre Pequim e Caracas "resistiram ao teste das mudanças na situação internacional e sempre se mantiveram sólidas".
Maduro desembarca em território chinês dias depois da vice-presidenta venezuelana, Delcy Rodríguez, chegar ao país com uma comitiva de altos funcionários, que inclui o presidente da estatal petroleira PDVSA e ministro do Petróleo, Pedro Tellechea.
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Rodríguez já se reuniu com o chanceler chinês, Wang Yi, visitou a Bolsa Internacional de Energia em Xangai e teve um encontro com a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), Dilma Rousseff, na sede da entidade financeira.
Segundo fontes ouvidas pela agência Bloomberg, a visita das autoridades venezuelanas deve servir para negociar acordos no setor petroleiro do país sul-americano, com a possível criação de empresas mistas de exploração entre a PDVSA e Pequim.
A China é um dos principais importadores de petróleo venezuelano, mas deixou de operar no país após as sanções impostas pelos EUA praticamente paralisarem as exportações da PDVSA. Desde então, os carregamentos enviados ao país asiático são vendidos com intermediação de terceiros e com descontos, como uma maneira de driblar o bloqueio de Washington.
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A visita também ocorre em meio a expectativas pela retomada de negociações entre Venezuela e EUA, principalmente antes das eleições presidenciais de 2024. Apoiadores da oposição, os estadunidenses exigiam reformas no órgão eleitoral - que teve sua direção renovada no dia 25 de agosto - e o fim de inabilitações políticas contra opositores para, em troca, eliminar algumas sanções.
Caracas, por sua vez, exige a suspensão completa do bloqueio, responsável por paralisar a principal atividade econômica do país e agravar a crise econômica que reduziu o PIB venezuelano em cerca de 70% nos últimos 12 anos.
Edição: Thales Schmidt