Representando o governo federal brasileiro, os ministros da Justiça, Flávio Dino, e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, participaram, neste domingo (10), em Santiago, no Chile, do encontro internacional em alusão aos 50 anos do golpe de Estado de 1973 no país.
A convite do presidente chileno, Gabriel Boric, a visita tem o objetivo de reforçar os laços democráticos entre os dois países, além de homenagear os ex-exilados brasileiros que se encontravam no Chile em 1973 durante a ditadura brasileira. Em sua fala, Flávio Dino se comprometeu com a construção, a exemplo do Chile e outros países latino americanos, do Museu de Memória e Direitos Humanos.
Os ministros, na tarde deste domingo, entre as agendas do encontro, realizaram a visita no Museo de La Memoria y Derechos Humanos, em Santiago, e logo depois participaram, no local, da abertura da Exposição “Chile1973”, de Evandro Teixeira.
A mostra é uma realização da Embaixada do Brasil no Chile com parceria entre o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Cultura e o Instituto Moreira Salles. Apresenta cerca de 40 fotos que integram a exposição de Evandro Teixeira, considerado um dos maiores nomes do fotojornalismo brasileiro.
Os ministros fizeram uso da fala e Dino, ao comentar as fotos, destacou que o exercício da memória é importante na luta contra o fascismo. “Essa exposição do Evandro é muito importante pelas fotos, pela vida que delas emerge, é importante, sobretudo pela emulação de valores e princípios sem os quais não se constrói a luta coletiva, as imagens de Evandro Teixeira são vivas e são fotos de heróis. Porque a história se constrói pela luta de milhões, mas os heróis são imprescindíveis. Por isso, o exercício da memória é o exercício da democracia, é o exercício da coerência na luta democrática e popular e contra o fascismo”, disse.
Dino declara que Brasil terá Museu da Memória e dos Direitos Humanos
Durante o evento, Flávio Dino afirmou que os brasileiros também terão, a exemplo dos chilenos, um Museu da Memória e dos Direitos Humanos. “Nós devemos ao Brasil e vamos pagar essa dívida com a criação, no Brasil, de um Museu da Memória e dos Direitos Humanos. Embora eu não seja adepto do capitalismo, sem o capital não será possível. Então, o Ministro Silvio que aqui está junto com o Nilmário Miranda, assessor de Memória do Ministério dos Direitos Humanos, entram com os talentos e capacidade e o Ministério da Justiça entra com o capital para levar essa ideia adiante”, disse Dino, sendo aplaudido pelos presentes.
Ao falar em nome do governo federal, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, relembrou sua primeira vez no Museu de Memória e Direitos Humanos do Chile e destacou a importância dos lugares de memória.
“Hoje, ao chegar nesse lugar, fui atravessado por essa lembrança. Estive aqui pela primeira vez em 2010, a passeio. Vim aqui visitar este museu achando que seria como em outros museus. Naquele dia minha vida mudou completamente porque entendi para que servem os museus, entendi também o que significa ser latinoamericano e aquilo que nos define a todos nós. Somos definidos pelas tragédias e por uma vontade de superação, luta e transformação. E, portanto, foi nesse dia que entendi o papel dos lugares de memória,” disse o ministro.
O encontro internacional em alusão aos 50 anos do golpe de Estado de 1973 vai até terça feira (12). Nesta segunda-feira (11), representantes estrangeiros serão recebidos pelo presidente do Chile, Gabriel Boric, no Palácio de La Moneda.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Pedro Carrano