Recessão

Economia da Alemanha encolherá em 2023, prevê Comissão Europeia

Queda de 0,4% no Produto Interno Bruto do país seria devido ao impacto 'particularmente duro' da guerra na Ucrânia

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Registro do porto de Hamburgo, na Alemanha - Axel Heimken / dpa / AFP

A economia alemã deve encolher 0,4% em 2023, anunciou nesta segunda-feira (11/09) a Comissão Europeia. Três meses atrás, ela trabalhava com uma previsão de crescimento de 0,2% do Produto Interno Bruto da Alemanha.

O órgão executivo da União Europeia atribui a queda ao impacto "particularmente duro" que a guerra da Ucrânia e a disparada dos preços de energia tiveram sobre a indústria.

Alemanha é única grande economia com previsão de retração

Embora todas as grandes economias da zona do euro tenham registrado desaceleração da atividade econômica, a Alemanha vem tendo o pior desempenho do grupo. Com sua economia baseada em indústria e exportação, o país foi atingido duramente pela energia mais cara e pelo desaceleramento da demanda pela China, parceiro comercial de importância crucial.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) já havia anunciado em julho que a Alemanha seria a única grande economia a contrair em 2023. Ainda assim, a situação da maior economia da zona do euro não se parece com uma recessão típica, com o desemprego batendo recordes negativos e a renda dos trabalhadores em alta.

"O consumo e a demanda doméstica poderiam melhorar junto com o poder de compra nos próximos meses. Isso poria a economia alemã de volta a uma trajetória de crescimento", afirma o comissário de Economia da UE, Paolo Gentiloni.

Demanda fraca mantém pressão sobre economia na zona do euro

A Comissão Europeia também revisou para baixo a previsão de crescimento na zona do euro para 2023 – de 1,1% para 0,8% – e 2024 – de 1,6% para 1,3%.

O desaceleramento da economia no bloco de 20 países é resultado de uma retração da demanda por causa das altas taxas de inflação – projetada para 5,6% em 2023 –, além de taxas de juros elevadas, bem como queda nos salários, consumo e exportações. A zona do euro entrou em recessão no primeiro trimestre deste ano.

"Baixas na demanda doméstica, principalmente no consumo, mostram que os preços elevados – e ainda em aumento – para a maioria dos bens e serviços estão tendo um impacto mais forte do que o esperado", afirma o órgão.

Segundo Gentiloni, a tendência de enfraquecimento da demanda deve continuar nos próximos meses, à medida em que a economia enfrenta "ventos contrários múltiplos".

"A economia da UE sofreu dois choques maciços com a pandemia e a guerra não-provocada da Rússia contra a Ucrânia", acrescentou o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis. Também a previsão de crescimento da UE para 2024 foi revisada para baixo: de 1,7% para 1,4%