Trabalhadoras e trabalhadores dos Correios aceitaram que a empresa adie sua resposta por três dias, até a próxima quinta-feira (14), à proposta feita na negociação salarial que ocorre desde julho. A resposta era aguardada para a última segunda-feira (11), mas houve um adiamento.
Segundo o Comando de Negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), o pedido de adiamento para apresentação foi feito pelo presidente da empresa, Fabiano Silva, em reunião na noite de segunda.
"A mudança da data buscou demonstrar que a categoria deseja negociar, apontando que existe disposição em buscar um caminho viável, sem prejuízos para os trabalhadores e trabalhadoras. Com a prorrogação, algumas entidades ainda realizarão assembleias nesta terça-feira, 12, para orientar os empregados da estatal", disse a Fentect em comunicado.
A princípio, os sindicatos que representam os trabalhadores em todo o país se reuniriam nesta terça, já com a proposta da empresa na mão. Mas, com o adiamento, algumas das assembleias foram suspensas, e serão reconvocadas a partir de quinta-feira.
O acordo coletivo da categoria venceu em 1º de agosto. Os trabalhadores e trabalhadoras pedem reposição de perdas que chegam a 40% após o processo de desmonte durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Durante o mandato, ex-capitão chegou a colocar em prática um plano de privatização da estatal, que foi cancelado definitivamente pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com a Fentect, o sucateamento realizado pelo governo Bolsonaro para tentar facilitar o processo de venda fez com que houvesse redução no efetivo, adoecimento de empregados e queda de qualidade dos serviços devido à redução de visitas domiliares realizadas por carteiros, devido à queda na quantidade de pessoal.
A proposta apresentada pelos trabalhadores inclui um reajuste de 13% em salários e benefícios; ganhos nos vales-refeição e alimentação e outras demandas. A direção da empresa, porém, ofereceu reajuste de 3,18%, abaixo da inflação. A contraproposta foi rejeitada pelos trabalhadores, que pleiteiam ainda melhorias nas condições de trabalho.
Edição: Rodrigo Durão Coelho