Uma mobilização histórica. Assim pode ser definida a 3ª Marcha das Mulheres Indígenas, que contou com cerca de 6 mil participantes, reunidas em Brasília entre segunda-feira (11) e esta quarta (13) para debater os desafios e propor novos diálogos na política indígena do Brasil. Entre os pontos principais estavam a demarcação de terras e fim da violência contra os povos originários.
Houve presença de representantes dos seis biomas brasileiros, além de convidadas de outros países. Artistas, parlamentares, representantes de governos e autoridades estrangeiras marcaram presença em um evento que, além da mobilização política, teve também cultura e artesanato.
Depois de dois dias de encontro, com grupos de trabalho, plenárias, apresentações de grupos temáticos, lançamentos de publicações, as participantes marcharam nesta quarta-feira pela capital federal, com o lema "Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais".
Participante do ato, a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) marcou sua posição como mulher representante dos povos indígenas no Congresso Nacional. Ela valorizou a presença das mulheres que, muitas vezes, viajaram por muitas horas para chegar a Brasília.
"Aqui no Congresso Nacional eles querem decidir sobre nossas vidas. Nós estamos aqui, milhares de mulheres, para dizer que a segurança jurídica nossa é a segurança alimentar e do território. Nós somos as mulheres que resistem pela força do cantar", disse.
Outras lideranças políticas representantes dos povos originários também marcaram presença. A secretária dos Povos Indígenas do Ceará, Juliana Alves, que é Cacika Irê do Povo Jenipapo-Kanindé, reforçou a importância da união na luta.
"A nossa organização precisa, cada dia mais, ser fortalecida. Nós só conseguiremos fazer com que as políticas públicas cheguem nos nossos territórios se a gente continuar unidas, batalhando para que essas políticas cheguem. Nós precisamos nos unir cada dia mais, respeitando a diversidade de nosso país", afirmou.
O encontro foi organizado pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade, com apoio de entidades como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Edição: Thalita Pires