A Finlândia anunciou na sexta-feira (15) que proibirá a entrada no país de carros registrados na Rússia a partir deste sábado (16). A medida se aplica inclusive a cidadãos que possuem dupla cidadania e segue a mesma decisão tomada por Lituânia, Letônia e Estônia na semana anterior.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Finlândia, uma exceção será feita aos cidadãos da União Europeia que residam permanentemente na Rússia e para os membros das suas famílias, bem como para diplomatas e pessoas com nível equivalente. Também será permitida a passagem de pessoas que viajem ao país por motivos humanitários.
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A ministra das Relações Exteriores, Elina Valtonen, afirmou que as restrições também afetarão os carros russos que já estão na Finlândia. Segundo ela, estes veículos deverão deixar o país dentro de seis meses, ou seja, antes de 16 de março.
O único país europeu onde atualmente é possível entrar de carro com placas russas é a Noruega, que possui fronteira com a Rússia através da região de Murmansk.
No dia 8 de setembro, a Comissão Europeia emitiu esclarecimentos sobre como os países da UE deveriam aplicar a proibição da importação de bens sancionados da Rússia, incluindo carros, roupas pessoais e artigos de higiene. Posteriormente, a organização destacou que as autoridades aduaneiras deveriam concentrar-se nos carros importados, enquanto outros artigos, incluindo vestuário, deveriam estar sujeitos a uma proibição "proporcional e razoável".
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A Finlândia vinha resistindo para aplicar a proibição da entrada de carros russos, mas depois mudou de ideia.
A decisão repercutiu negativamente inclusive entre representantes da oposição russa. O Fundo de Combate à Corrupção (FBK), ligado ao oposicionista Alexey Navalny, apelou às autoridades da Letónia, Lituânia e Estônia com um pedido para reconsiderarem a decisão a proibição. Segundo o FBK, as restrições prejudicam os oponentes das autoridades russas que são forçados a deixar a Rússia por motivos políticos. Além disso, o FBK acredita que essas restrições desacreditam a própria ideia das sanções contra Moscou.
Edição: Nicolau Soares